Pierre Charron

Pierre Charron (1541-1603) foi um teólogo e filósofo católico romano francês.

As obras filosóficas de Charron, influenciadas pelo ceticismo de Michel de Montaigne, centraram-se na separação entre ética e religião, promovendo um conceito fideísta de religião que enfatizava a fé sobre a razão. Suas principais obras, como “Les Trois Vérités” e “De la sagesse”, exploraram temas de ceticismo, a incognoscibilidade de Deus através da razão e o estabelecimento de uma moralidade independente do dogma religioso.

As ideias de Charron foram controversas. Foi visto como irreligioso, enquanto outros defenderam a sua posição filosófica. Lançou as bases para teorias éticas modernas que se baseiam no caráter natural e na moralidade fora das estruturas religiosas.

Pierre Jurieu

Peter Jurieu (1637-1713) foi um ministro protestante francês, teólogo e escritor apocalíptico do final do século XVII e início do século XVIII.

Nascido em Mer, na França, Jurieu passou sua infância durante perseguição contra os huguenotes. Iniciou seus estudos na Academia de Saumur, onde se concentrou em teologia e filosofia. Com suas habilidades intelectuais excepcionais, logo ganhou reconhecimento por seu raciocínio aguçado e erudição rigorosa. Depois, seria ordenado ministro.

Os pensamentos de Jurieu acerca da escatologia e da literatura apocalíptica que lhe renderam ampla notoriedade e controvérsia. Sua principal obra é intitulada “L’Accomplissement des prophéties, ou, Les merveilles accomplies” (O cumprimento das profecias, ou, As maravilhas realizadas). publicada em 1686. Nessa obra, Jurieu apresentou sua interpretação de textos bíblicos, concentrando-se nos eventos que acreditava estarem se desenrolando em seu próprio tempo.

As visões apocalípticas de Jurieu centravam-se no iminente retorno de Cristo e no estabelecimento de um reino milenar na terra. Com uma perspectiva historicista, viu eventos contemporâneos, como a ascensão de Luís XIV e a perseguição aos protestantes na França, como sinais do fim dos tempos que se aproximava.

Apesar de sua popularidade, as previsões apocalípticas de Jurieu tiveram críticas de alguns setores, inclusive dentro da tradição reformada. No entanto, seu trabalho teve um impacto nas gerações subsequentes de teólogos e no desenvolvimento do pensamento dispensacionalista.

Além de seus escritos apocalípticos, Jurieu se envolveu em vários debates teológicos e filosóficos, incluindo discussões sobre livre arbítrio, predestinação e a natureza da Igreja. Também escreveu obras sobre ética, filosofia moral e tolerância religiosa.

Simone Weil

Simone Weil (1909-1943) foi uma filósofa, mística e ativista política francesa.

Nascida em uma família judia secular, Weil se converteu ao cristianismo, mas nunca se filiou a uma denominação. O pensamento teológico de Weil enfocou a importância da experiência mística e a necessidade de justiça social. Ela acreditava que a experiência mística era uma forma de se conectar com Deus e ver além das ilusões do mundo material.

As ideias de Weil sobre justiça social foram influenciadas por suas experiências de trabalho em fábricas e fazendas. Ela acreditava que a verdadeira compaixão exigia uma disposição de sofrer com os oprimidos e era uma defensora dos direitos dos trabalhadores e dos povos colonizados. As obras de Weil incluem “Gravity and Grace” e “The Need for Roots”, que exploram suas ideias teológicas e políticas.

Henri-Marie de Lubac

Henri-Marie de Lubac (1896-1991) padre jesuíta francês, teólogo e depois cardeal .

Participou da 1a Guerra Mundial e da resistência francesa contra os nazistas. Depois da 2a Guerra dedicou-se a estudar e a difundir a história da teologia, especialmente Teilhard de Chardin, Joaquim de Fiore, Maurice Blondel, Cornélio Jansênio e Orígenes. Inicialmente visto com suspeição pelas autoridades católicas, foi convidado a orientar o Concílio Vaticano II, sendo um dos responsáveis pelo aggiornamento, especialmente quanto à aceitação das ciências e da aproximação com outras denominações cristãs.

O cerne de seu pensamento era a relação entre a vocação natural do ser humano e a vocação natural pela graça. Buscava uma síntese entre o pensamento de Agostinho e Aquino sobre essa relação.

Jacques Ellul

Jacques Ellul (1912-1994) acadêmico e teólogo protestante francês.

Nascido de uma mãe protestante e um pai ortodoxo, converteu-se ao cristianismo na vida adulta. Foi professor na Universidade de Montpellier, em Estrasburgo e Bordeaux. Demitido durante o regime nazista, participou da resistência, embora não engajasse na luta armada.

Editou várias revistas para o público protestante e organizou iniciativas para a juventude. Simpático do anarquismo cristão e do socialismo, criticava o marxismo, o liberalismo e a confiança na tecnologia.