Eliezer

O nome Eliezer, em hebraico: אֱלִיעֶזֶר, “ajuda de Deus”, refere-se a três personagens distintos na Bíblia:

  1. Eliezer de Damasco era o servo-chefe da casa do patriarca Abraão, mencionado no Livro de Gênesis 15:2. Segundo o Targum, Eliezer seria filho de Nimrod. Ele é descrito como o mordomo e possível herdeiro de Abraão antes do nascimento de Isaque, sendo chamado de “o damasceno Eliezer”. Em algumas tradições judaicas, como Bereshit Rabbah, interpreta-se que Eliezer acompanhou Abraão na missão de resgatar Ló. A tradição identifica Eliezer com o servo anônimo que busca uma esposa para Isaque, sugerindo que teve papel fundamental na continuidade da linhagem de Abraão.
  2. Eliezer, o segundo filho de Moisés e Zípora. Seu nome significa “Ajuda do meu Deus” em referência ao auxílio divino que Moisés recebeu ao fugir do faraó, conforme registrado em Êxodo 18:4. Ele nasceu após Moisés se refugiar em Midiã e casar-se com Zípora, filha de Jetro. Eliezer, junto com seu irmão Gersom, representa a nova vida de Moisés fora do Egito e sua conexão com a fé em Deus.
  3. Eliezer, o Profeta. Filho de Dodavá, foi um profeta durante o reinado de Josafá, rei de Judá. Ele advertiu Josafá por aliar-se a Acazias, rei de Israel, em uma empreitada comercial com navios que partiriam de Eziom-Geber para Társis. Em 2 Crônicas 20:37, Eliezer profetiza a destruição das embarcações como punição pela falta de confiança no Senhor, e os navios de fato naufragaram antes de zarpar.

Balaão

Balaão era um profeta, filho de Beor e morador da cidade de Petor na Mesopotâmia (Nm 22; 23; 24; Dt 23:4). Aparece nas passagens da mula (Nm 22:33), da maldição tornada em bênção (Nm 23-24) e da idolatria de Peor (Nm 31:6; Dt 23:4). Aparece citado no Novo Testamento (2 Pe 2:15; Jd 11; Ap 2:14).

A inscrição de Deir ‘Alla (KAI 312), foi descoberta durante uma escavação de 1967 em Deir ‘Alla, na Jordânia. Escrita nas paredes de um casa, registra uma visão de Balaão. Sua datação é do século IX a.C.

Eliseu

Profeta do Reino do Norte ou Israel. Atuou entre c 850–c.800 a.C. durante os reinados de Jorão, Jeú, Jeoacaz e Jeoás (Joás).

Sucessor e discípulo de Elias. Como taumaturgo realizou os seguintes milagres:

  1. A purificação de uma fonte vital (2Re 2: 19-22);
  2. a ressurreição do único filho da sunamita (2Re 4: 18-37);
  3. o fornecimento de um antídoto para o ensopado venenoso (2Re 4: 38-41),
  4. a cura da lepra de Naamã (2Re 5:1-19 cf. Lucas 4:27);
  5. A recuperação de um machado emprestado (2Re 6:1-7);
  6. o aumento do óleo da viúva (2Re 4: 1-7);
  7. a multiplicação dos grãos (2Re 4: 42-44);
  8. a restauração da terra da sunamita (2Re 8: 1-6)
  9. a provisão de água a um exército sedento (2Re 3: 4-20);
  10. a derrota dos moabitas (2Re 3: 21-27);
  11. o anúncio dos planos dos inimigos (2Re 6: 8-12);
  12. Livrou Israel dos sírios (2Re 6: 13-7: 23);
  13. Anteviu as quedas de Ben-Hadade de Damasco (2Re 8: 7-15) e Jeú de Israel (2Rs 9: 1-13, cf. 2Rs 9: 14-36) e Joás (2Rs 13: 14-19).

Elias

O nome significa “meu Deus é Yahweh” Profeta do período dos reis de Israel Acabe e Acazias de (c.873-851 a.C.)

O ciclo de Elias contém cinco episódios:

  1. A idolatria em Israel e sua consequente seca (1Re 16:29-19: 18);
    1. No Monte Horebe, Elias é encarregado de ungir três indivíduos: Eliseu, como seu sucessor; Hazael, como rei da Síria; e Jeú, como rei de Israel.
    2. Elias unge apenas Eliseu; é Eliseu quem unge os outros dois indivíduos.
    3. Enquanto busca refúgio da seca em Sarepta, ressuscita o filho da mulher cananeia que o acolheu.
  2. A vinha de Nabote (1Re 21);
  3. Profecias contra Acazias (2Re 1:2-2: 17);
  4. Ascenção de Elias (1Re 19: 19-21; 2Re 2:1-18);
  5. Carta de Elias a Jeorão (2Cr 21:12-15).

Eliseu se tornou seu servo e sucessor. Elias promoveu o culto a Yahweh e enfrentou o culto de Baal promovido por Jezabel e Acabe.

No período do Segundo Templo havia a expectativa do retorno de Elias. com Jesus (Mc 6:15; 8:28). João Batista identificado como antitipo de Elias, que voltaria e restauraria todas as coisas (Mc 9:12; Ml 3 : 1).

Naum

Profeta que argumenta que Deus demora a irar-se, mas de forma alguma irá ignorar as opressões epitomizada pela Assíria.

É uma série de três poemas. O primeiro é um poema acróstico, um poema alfabético com cada linha começando com letras sucessivas do alfabeto hebraico. Entretanto, cerca de dez a dezesseis letras das 22 do alfabeto aparecem, o que indica o caráter fragmentário do texto que nos chegou.

Diferentemente de outros livros proféticos, não contém exatamente profecias ou repreende o mau comportamento das nações. É antes uma celebração da queda dos assírios. Esses poemas se alegram com a queda de Nínive em 612, a capital do cruel império assírio. Os assírios eram odiados por sua brutalidade excepcional, sua desumanidade, particularmente em suas conquistas.

O argumento em Naum é que Deus usou a Assíria para disciplinar o reino de Israel – eles destruíram Israel – e para disciplinar Judá por suas transgressões. Mas Deus é o soberano universal e, portanto, a selvageria da Assíria – mesmo que fosse parte da disciplina divina –  é algo punível. A queda de Nínive é a vingança de Deus sobre a Assíria por sua desumanidade.

As legiões armadas marcharam contra Nínive e saquearam seu tesouro. As descobertas arqueológicas de Nínive, seu saque e das fossas rasas cavadas para esconder tesouros enquanto as pessoas fugiam confirmam a brutalidade desse evento.

A datação do livro é algo disputável. É uma das raras instâncias que Deus é chamado de baal na Bíblia Hebraica, o que remete à mentalidade pré-exílica. Uma tradição proto-rabínica (Seder olam Rabbah) situa Naum nos dias de Manassés. É possível que tenha sido membro da corte de Manassés, com acesso à política, língua e costumes assírios. No entanto, a antologização dos Doze Profetas coloca Naum junto de Habacuque e Sofonias e nos primeiros anos do século VII a.C. As alusões à queda de Tebas, no Egito, aos assírios em 663 a.C. e à de Nínive em 612 a.C. providenciam uma data limite aproximada para a composição.

Não há informações em outros lugares da Bíblia ou extrabíblicas contemporâneas sobre Naum. Mesmo a alusão no verso 1:1 de que Naum seria um elcosita é obscura.