O livo dos Doze Profetas, também conhecidos como Profetas Menores constituem uma coleção de livros proféticos da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento). Embora a autoria individual de cada livro varie, formam coletivamente uma seção distinta da literatura profética e são no cânone hebraico massorético um só livro.
A menção mais antiga dos Doze Profetas como um grupo de livros proféticos remonta a Jesus ben Siraque, no livro Eclesiástico, por volta de 190-180 aC. Além disso, descobertas arqueológicas atestam a circulação dos Doze como um só volume. O manuscrito mais antigo existente dos Doze está entre os Manuscritos do Mar Morto (4QXII’) e data de meados do século II a.C.. Outros achados incluem o pergaminho dos Doze Profetas de Wadi Murabbaʿat (Mur 88 c. 130 d.C) e o pergaminho grego de Naḥal Ḥever (8HevXIIgr), os quais testemunhos as tradições textuais pré-massoréticas e gregas desses escritos proféticos.
A composição dos Doze Profetas provavelmente ocorreu durante o período persa (539-332 aC) ou mais tarde, após a queda da monarquia de Judá em 586 aC. Embora muitos textos tenham origens em períodos anteriores, a edição e a compilação em uma antologia provavelmente ocorreram durante ou após o exílio babilônico. Os livros proféticos desta coleção refletem as preocupações teológicas e existenciais do Judá pós-exílico, lidando com questões de justiça divina, identidade nacional, arrependimento e esperança de restauração.
Os Doze Profetas foram escritous em diversos gêneros literários, incluindo oráculos, visões, narrativas e poesia. Apesar da sua diversidade, vários temas emergem ao longo da antologia:
- Julgamento e Castigo Divino: Muitos dos oráculos proféticos dos Doze Profetas pronunciam julgamento sobre Israel e Judá por sua injustiça social, idolatria e corrupção moral. Os profetas alertam sobre a destruição iminente e o exílio como consequências divinas da desobediência.
- Chamado ao Arrependimento e Renovação: Em meio às mensagens de julgamento, os profetas exortam o povo a se arrepender e voltar para Deus. Enfatizam a importância da vida ética, da justiça e da fidelidade à aliança como pré-requisitos para o favor e a restauração divina.
- Esperança de Restauração: Juntamente com mensagens de julgamento, os Doze Profetas oferecem esperança de restauração e renovação nacional. Imaginam um futuro em que Deus reunirá os remanescentes dispersos de Israel, reconstruirá as cidades em ruínas e estabelecerá uma nova aliança caracterizada pela justiça e pela paz.
- Justiça Social e Compaixão: Os profetas denunciam a injustiça social, a opressão dos pobres e a exploração dos vulneráveis. Defendem o comportamento ético, a compaixão e a solidariedade com os membros marginalizados da sociedade.
Estrutura e Organização
A coleção dos Doze Profetas compreende livros individuais atribuídos a doze figuras proféticas diferentes: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Cada livro exibe perspectivas teológicas, estilos retóricos e contextos históricos únicos, refletindo as diversas experiências e preocupações de seus respectivos autores e comunidades.
Embora a ordem dos Doze Profetas varie ligeiramente entre as diferentes tradições textuais, o Texto Massorético e a Septuaginta geralmente seguem um arranjo consistente. Oseias normalmente ocupa a primeira posição, enquanto Malaquias fecha a coleção. A organização dos livros reflete considerações cronológicas e coerência temática, com ênfase no significado histórico e teológico de Jerusalém e Judá.
