Cosmogonia

Cosmogonia é um termo usado para descrever o estudo da origem, moldagem e evolução do universo ou do cosmos. Em contextos religiosos e mitológicos, refere-se à história ou mito da criação que explica como o mundo ou o universo surgiu.

A história da criação na Bíblia pode ser compreendida por meio de três diferentes processos de criação:

Criação por Fala Divina quando Deus cria o universo falando para que as coisas existam. Aparece descrito em Gênesis 1:3, onde Deus diz: “Haja luz”, e houve luz. Este processo de criação pelo discurso divino continua ao longo dos seis dias da criação, com Deus usando palavras para criar o céu, a terra, os mares e todas as criaturas vivas.

Criação por Artefato Divino: quando Deus trabalha em formar a criação. Este processo de criação é descrito como mais intencional e deliberado do que o primeiro, pois Deus forma os seres humanos do pó da terra e sopra vida neles. Este processo de criação por artefato divino enfatiza a relação especial entre Deus e os seres humanos. O relato de Gênesis 2 e Provérbios 8:22-31.

Criação por Batalha Cósmica ou Chaoskampf entre Deus e as forças do caos. Esta batalha representa a luta entre ordem e caos, luz e escuridão, bem e mal. Na história da criação, as forças do caos são representadas pelas águas primordiais, que Deus separa para criar o céu e o mar. São exemplos Jó 38 e 2 Pedro 3:5-6.

As Escrituras Hebraicas ou o Antigo Testamento cristão possuem um conjunto de cosmogonias ou narrativas de criação. Apesar de Gênesis 1 ser a cosmogonia mais conhecida, outras estão presentes na Bíblia. Estas são as mais notórias:

Em comum essas cosmogonias combinam diferentes motivos literários. São eles: a criação pela vitória na batalha contra o mal ou caos primevo representado pelas águas ou seus monstros; a criação por comando da palavra divina e a criação mediante a artesania.

BIBLIOGRAFIA

Alves, Leonardo M. “Criação: as cosmogonias bíblicas”. Ensaios e Notas, 2020.

Corinto

Uma grande cidade grega economicamente importante na Grécia, na qual Paulo fundou uma igreja.

No período helenista, a cidade era um importante centro cultual a Afrodite. Contudo, a cidade foi destruída pelos romanos em 146 a.C. Apesar de autores romanos dizerem que a cidade teria sido arrasada e despovoada, indícios arqueológicos apontam uma contínua habitação na área até a reconstrução romana. Quase um século depois, em 44 a.C., uma cidade de mesmo nome foi construída nas imediações do sítio da anterior, sendo a capital da região de Acaia.

Tinha uma posição estratégica no istmo que conecta o Peloponeso ao resto da Grécia, bem como meio-caminho entre os golfos de Corinto e Sarônico — servidos pelos portos de Lequeu e Cencrea.

A suposição de que Corinto seria um centro de prostituição durante o período paulino não tem corroboração histórica. O grande templo de Afrodite da era grega já tinha sido destruído na época do Novo Testamento. Um templo menor de Afrodite, junto do santuário de cura dedicado a Asclépio, eram os principais locais de culto greco-romanos nesse período.

BIBLIOGRAFIA

Walters, James C., and Daniel N. Schowalter. “Corinth in context: comparative studies on religion and society.” Supplements to Novum Testamentum 134 (2010).

Colossos

Colossos ou mais acurada forma Colossas, em grego Κολοσσαί, era uma cidade do interior da Ásia Menor, na região da Frígia.

Localizada perto de cidades maiores e mais importantes. Junto com Hierópolis (Cl 4:13), um centro terapêutico, e Laodiceia (Cl 2: 1; 4: 13-16; Ap 3: 14-22), um centro político e comercial, Colossos constituía uma área de três cidades, mas com menor importância. Foi destruída por um terremoto durante o reinado de Nero (nos anos 60 d.C.).

Embora não haja registro de que Paulo tenha visitado a cidade, há a carta paulina dirigida à igreja em Colossos. Estima-se que houvesse uma significante presença judia na região.

Citas

Citas ou Asquenaz (Gn 10:3; 1 Cr 1:6; Jr 51:27) eram um povo nômade do Cáucaso e arredores do Mar Negro.

Os citas ameaçaram o Império Assírio e depois o Império Persa. No NT eles exemplificam um contraste aos povos helenizados, ou seja, como bárbaros (Cl 3:11).

No ano 644 a.C. os cimérios (provavelmente parte dos citas) atacaram Sardes, a capital da Lídia, e as cidades gregas jônicas como Éfeso, Esmirna e Magnésia. É possível que tenham passado perto do local de Colossos, o que explica a alusão paulina.

Comunidade de Qumran

A Comunidade de Qumran era um grupo sectário ascético judaico estabelecidos no deserto da Judeia aproximadamente entre 150 a.C. e 68 d.C. São famosos os Manuscritos do Mar Morto, coleção de textos bíblicos e de outras literaturas encontrados próximos ao sítio arqueológico da comunidade, perto do Wadi Qumran, na costa noroeste do Mar Morto.

A misteriosa comunidade não é mencionada nem no Novo Testamento, nem por autores contemporâneos como Filo, Josefo, os tanaítas, a patrística ou os historiadores greco-romanos. No entanto, há especulações que identificam a Comunidade Qumran com os therapeutae e com os essênios (mencionados por Plínio, o Velho. História Natural 5.15.73). Outras hipóteses menos aceitas identificaram a Comunidade de Qumran com os fariseus, saduceus, ebionitas, cristãos judeus e caraítas.

Suas origens são obscuras. Há a hipótese de que seria a comunidade aos Ḥassidim (os piedosos mencionados em 1 Mc 2:42) da revolta dos Macabeus (167–165 a.C.). Quando os macabeus mesclaram política e o sacerdócio e o sumo sacerdócio foi assumido por Jônatas (152 a.C.), os Ḥassidim romperam com os sacerdotes de Jerusalém e se retiraram para o deserto da Judeia. Adotando a designação de “os filhos de Zadoque”, possivelmente da linhagem de famílias sacerdotais zadoquitas destituídas. Outra hipótese é que seriam os “retornados de Israel” (Documento de Damasco 4.2; 6.5). Esses israelitas retornaram do cativeiro babilônico depois da revolta dos macabeus, mas que estranharam as diferenças religiosas e consideravam corrompido o sacerdócio de Jerusalém.

O fim da Comunidade de Qumran coincide com a Primeira Guerra Judaica, quando os romanos cercaram Jerusalém. Os remanescentes esconderam os famosos manuscritos em jarros nas cavernas próximas até suas descobertas no século XX.