Suméria

Os sumérios foram uma civilização no sudeste do atual Iraque, cujo desenvolvimento de centros urbanos ocorreu anos 5.000 e 4.000 e atingiu o pico por volta de 2.000 a.C.

Inicialmente, a civilização suméria formou-se em torno de de templos, os quais eram centros administrativos e comerciais. Dentre elas estavam Kish (Tell el-Oheimir), Kid Nun (Jemdet Nasr), Nippur (Niffer), Lagash (Telloh), Eridu (Abu Shahrain), Shuruppak (Fara), Larsa (Senkere ) e Umma (Jocha), Uruk (Warka), Ur ou Ereque (Tell Muqayyir) — as duas últimas mencionadas na Bíblia.

Deve ser creditado aos sumérios a invenção progressiva da escrita. Passaram de sinais contábeis inscritos em argila para um sistema complexo de escrita chamado cuneiforme. No século XIX sua escrita cuneiforme foi decifrada e a arqueologia dos anos 1910 ao 1930 produziu tais descobertas fascinantes. Na década de 1950, com a publicação desse materal, ficou demonstrado que as raízes da cultura europeia e semítica remontavam à literatura da Idade do Bronze – ao Egito, à Anatólia, à Mesopotâmia e sobretudo da Suméria.

Na Bíblia, a Suméria é chamada de Sinar. Em Gn 10:10, o reino de Nimrode compreende Babel (Babilônia), Ereque (Uruk), Acade e Calné, na terra de Sinar. O rei Anrafel aparece como senhor de Sinar (Gn 14:1,9). Outras menções aparecem em Js 7:21; Is 11:11; Dn 1: 2; e Zc 5:11

Raquel

Raquel, em hebraico רָחֵל‎, ovelha, em grego Ῥαχήλ, filha mais nova de Labão, irmã de Leia e segunda esposa de Jacó. Aparece no ciclo de Jacó (Gn 29-35) como sua esposa amada. Seria a mãe de José e Benjamim.

Jacó enamorou-se de Raquel (Gn 29), mas é engando a casar-se com sua irmã mais velha, Leia. Mais sete anos Jacó serviu ao sogro Labão para ter Raquel como esposa.

Quando a família de Jacó foge de Labão, Raquel rouba os terafim de seu pai (Gn 31:19).

Raquel, como Sara e Rebeca, não conseguia engravidar. Então, Raquel tornou-se mãe de Dã e Naftali mediante sua serva Bila.

Raquel é o primeiro caso relacionado de morte na gravidez na Bíblia, morrendo no nascimento de Benjamim. Foi sepultada em um lugar próximo a Belén, diferente de outros patriarcas e matriarcas sepultados em Macpela. (Gn 35:16-20).

Fora de Gênesis, Raquel aparece quatro vezes na Bíblia. Em Rute 4:11, Raquel é mencionada com Leia como as matriarcas do povo de Israel. Em 1 Sm 10:2, Samuel unge Saul e o instrui a encontrar dois homens perto do túmulo de Raquel. Em Jer 31:15 é retratada chorando pelo destino de seus filhos, os descendentes perdidos de Efraim, filho de José – as 10 tribos do norte dizimadas pelos assírios. Em Mateus 2:18, a alusão de Raquel chorando por seus filhos de Jer 31:15 refere-se ao massacre dos inocentes por Herodes.

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Adão e Eva

O casal primevo de Gênesis. Criados e postos a viver no jardim do éden (jardim das delícias), entretanto, ao desobedecer a instrução divina sofreram as consequências de suas transgressões.

A desobediência de Adão e Eva epitomiza a falha humana, a qual é chamada teologicamente de a Queda.

Gênesis

É o livro que relata as origens do cosmo, de várias instituições e do povo hebreu. Chamado em hebraico Bereshith, ou seja, “no início”, a primeira palavra do livro e de Gênesis, “criação” ou “geração”, em grego. Tradicionalmente, Gênesis é o primeiro livro que integra o Pentateuco ou Torá.

Divide-se em duas partes principais. A primeira parte (1-11) é a História Primeva, com os relatos sobre a cosmogonia, o pecado original, as primeiras tecnologias, as gerações, o dilúvio e a dispersão após a Torre de Babel. A segunda parte (12-50) compreende os ciclos dos patriarcas Abraão (10-25:18), Isaque (25: 19-35: 29), Jacó e seus filhos, especialmente José no Egito (36-50).

Sua autoria é anônima. Desde o período helenístico sua autoria foi atribuída diversamente a Moisés, José, Samuel, Esdras e a grupos de escribas.

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