Cordeiro

Cordeiro, כֶּ֫בֶשׂ em hebraico para um ovino macho, o filhote da ovelha, embora outras palavras também apareçam na Bíblia Hebraica. Exceto em Apocalipse onde predomina ἀρνίον, cordeirinho, a principal palavra grega bíblica é ἀμνός.

Os cordeiros são proeminentes na literatura, arte e práticas de sacrifício do antigo Oriente Próximo. Simbolizavam inocência e vulnerabilidade, bem como o reino ideal.

No Antigo Testamento, os cordeiros aparecem em contextos de sacrifício, especialmente durante a Páscoa. Era a oferta todas as manhãs e todas as tardes no sistema sacrificial mosaico (Êxodo 29:38-42), além de dias especiais como o primeiro dia do novo mês (Nm 28:11), cada dia da Festa da Páscoa (Nm 28:16-19), na Festa de Pentecostes (Nm 28 :26), a Festa das Trombetas (Nm 29:1, 2), o Grande Dia da Expiação (Nm 29:7, 8) e a Festa dos Tabernáculos (Nm 29:12-16). Sacrifícios com ofertas pessoais também usavam o cordeiro, como na purificação de uma mulher após o parto (Lv 12:6) e de um leproso após a cura (Lv 14:10-18).

Os profetas retratam a compaixão de Deus sob a figura do pastor e do cordeiro (Is 40:11), tal como no Salmo 23. O cordeiro simbollizou o sofrimento do povo de Deus e o servo sofredor (Is 53:7; Atos 8:32).

O evangelho de João registra João Batista chamando Jesus de “o Cordeiro de Deus” em João 1:29. Enquanto que o animal usado nos rituais do Dia da Expiação para purificar o Santuário e o povo não era um cordeiro, mas uma cabra, João alude ao Cordeiro Pascal. Um cordeiro era morto e comido na refeição da Páscoa, reminisciente da renovação da aliança do povo com Deus à saída de exílio subsequente aos pecados de Israel.

Similar imagens do Cordeiro sacrificado aparecem em 1 Pedro 1:19 e Apocalipse 5:6-13; 13:8. Essa imagem de vitória pelo sacrifício (1 Coríntios 5:7; livro de Hebreus) é análogo ao cordeiro pascal morto, cujo sangue marcou as ombreiras de Israel para espantar (efeito apotropaico) o destruidor que matou os primogênitos do Egito. Em uma paradoxal vitória humilde, no Novo Testamento o sacrifício de Cristo aparece não como derrota, mas como vencedor sobre o poder do pecado, o mal e da morte.

A figura do cordeiro também foi aplicada aos discípulos de Jesus. Setenta discípulos foram enviados como “cordeiros no meio de lobos” (Lucas 10:3). Da mesma forma, o Cristo ressurreto encarregou o apóstolo Pedro de alimentar Seus cordeiros (João 21).

Heber

Nome de nove personagens e um lugar bíblicos escritos com duas ortografias e sentidos distintos que se perdem em português.

Com a grafia עֵבֶר, Éber.

1. O bisneto de Sem, pai de Pelegue e Joctã (Gn 10: 24-25; Gn 11: 14-17; 1Cr 1: 18-19; 1Cr 1:25), ancestral de Abrão (Gn 11: 17-26 ) e Jesus (Lucas 3:35). Tradicionalmente apontado como ancestral epônimo dos hebreus ou habiru, embora hoje a etimologia e a semântica desse último refira-se não a uma etnia, mas às populações diversas que viviam em seminomadismo e, por vezes, atacando vilas e cidades.

2 Região ao lado da Assíria em (Nm 24:24), provavelmente a região e a população “além do rio” (Eufrates).

3 O chefe da família sacerdotal de Amoque na geração seguinte àquela daqueles que retornaram a Jerusalém com Josué e Zorobabel (Ne 12:20).

4 Um gadita (1Cr 5:13).

5 Um benjamita, filho de Elpaal (1Cr 8:12).

6 Um benjamita, filho de Sasaque (1Cr 8:22).

Com a grafia חבר existem quatro pessoas com o nome Heber:

1 Patriarca epônimo de uma linhagem da tribo de Aser (Gn 46:17; Nm 26:45; 1Cr 7: 31-32).

2 Pai ou fundador de Soco em Judá (1Cr 4:18).

3 família em Benjamin (1Cr 8:17).

4 O marido queneu (“ferreiro”) de Jael que matou Sísera em sua tenda (Juízes 4:21; Juízes 5:24). Heber havia migrado para o território de Naftali, que tinha uma fronteira comum com Aser, e se estabeleceu em paz com Jabim, rei de Canaã, em Hazor (Jz 4:11; Jz 4:17).

Jacó

Nome de duas pessoas na Bíblia.

  1. Jacó é um dos patriarcas hebreus. Irmão gêmeo mais novo de Esaú, filho de Isaac e Rebeca, pai de Diná e de doze filhos, patriarcas das tribos.

O nome de Jacó foi mudado para Israel (Gn 32:28; 35:10). Deus renova com Jacó a promessa e aliança feita a Abraão e Isaque, de terra e descendência (Gn 28:13-15). Jacó experimentou manifestações divinas (Gn 28:10-22; 32:3-22). Casou-se com Leia e Raquel. Acompanhou os filhos ao Egito, onde morreu (Gn 49:28-50:14).

2. O pai de José, marido de Maria (Mt 1:15-16).