Targum Sheni

O Targum Sheni (“Segundo Targum”) é uma tradução aramaica (targum) e uma versão parabíblica do Livro de Ester.

Contém um relato da visita da Rainha de Sabá ao Rei Salomão. Salomão comanda e faz uma festa para um impressionante exército de animais, pássaros e espíritos demoníacos como seus súditos. A rainha pede que ele resolva três enigmas. Há paralelos entre essa passagem e a Sura 27 do Alcorão.

O texto é datado entre o século IV até o XI d.C.

Profecia de Nefer-rohu

É uma obra literária egípcia no gênero de profecia, composta no período do Novo Reino e atribuída a Nefer-rohu, também chamado Neferti. É interessante por seu paralelo bíblico, mencionando um escurecimento do sol.

As Profecias de Neferti se passam em uma corte fictícia do Rei Snefru (c. 2575–2551 aC), que governou o Egito durante a Quarta Dinastia. A profecia de Nefer-rohu relata como o faraó Snefru foi alertado por um profeta que previu que o caos logo tomaria conta do Egito, mas que a ordem seria restabelecida quando Ameni da Núbia (uma referência a Amen-em-hep I, o primeiro rei da 12ª Dinastia) viesse a ser rei.

Certamente, foi uma propaganda política para apoiar o governo de Amen-em-hep I, que reino entre c.1994-c.1975 a.C.

“Um pouco mais tardia é a profecia de Nefer-rohu, que é extremamente interessante como o exemplo certo mais antigo de um vaticinium ex eventu” (Albright, 1940).

BIBLIOGRAFIA

Pritchard, ANET, 445.

Instrução de Amenemope

Obra de literatura sapiencial egípcia que contém orientações de um pai para um filho, datada do século XII a.C.

Possui paralelos com Pv 22:17-24:22. Constitui um testemunho importante das fontes empregadas na composição das Escrituras e de circulação de ideias no Antigo Oriente Próximo (cf. 1 Re 4:29-31). Como no livro de Provérbios, a Instrução de Amenemope contém um prólogo, máximas e um epílogo.

Genealogia

A linhagem da descendência de uma pessoa ou grupo (família, tribo ou nação) desde um ancestral. Há cerca de duas dezenas de listas genealógicas na Bíblia, notavelmente no Antigo Testamento e as genealogias de Jesus.

As genealogias antecedem a escrita. Suas origens prováveis são os patronímicos, a identificação pelo nome do pai. Ainda hoje, vários povos árabes mantém a nomenclatura nasab, a cadeia genealógica de nomes por linhagem parterna. Por exemplo, um nome como “Ayyub ibn Yusuf ibn Idris ibn Uzair al-Baghdadi” (Jó filho de José filho de Enoque filho de Esdras de Bagdá) contém informações de várias gerações. Um nassab, meticuloso genealogista árabe, mantém registros e tradições que recontam por séculos as histórias de uma família. Em sociedades linhageiras essas genealogias servem para identificação pessoal e reconhecer alianças de diferentes famílias, clãs e tribos. E o pertencimento a linhagens importantes ou ter um ancestral célebre aufere direitos e prestígio.

Com o surgimento da escrita, as genealogias passaram a atestar direitos.

Listas de reis legitimavam dinastias e as ligavam a ancestrais célebres, ancestrais epônimos (fundadores da nação) e até mesmo deuses.

Marcos de propriedade de terras também usavam por registros genealógicos e eram escritos em pedra, vasos selados ou tabuletas de argila.

Registros dessa prática são registradas em artefatos arqueológicos mesopotâmicos. Por exemplo, o oficial Marduk-zakir-shumi ganhou terras do rei babilônico Marduk-apla-iddina (1173-1161 a.C.) e registrou em seu marco:

Marduk-zaki-shumi, filho de Nabunadinahe, seu avô era Rimeni-Marduk, bisneto de Uballitsu-Marduk, descendente de Arad-Ea.

Como a terra pertencia à família, as linhagens eram importantes para determinar direitos de venda ou de remissão nos jubileus. Cf. Jos 13-22; Lev 25. Em