Politeuma judia em Heracleópolis

A politeuma dos judeus em Heracleópolis refere-se a uma comunidade judaica que viveu na cidade de Heracleópolis Magna no antigo Egito durante o período helenístico.

A politeuma judia era uma comunidade tinha seu próprio conselho e era reconhecida pelas autoridades locais como pessoa jurídica. Eles também se corresponderam com outras comunidades judaicas no Egito e na Palestina, e 16 cartas escritas por eles foram descobertas. Essas cartas, identiicadas pela sigla, P.Polit.Iud, contêm informações sobre suas condições sociais e econômicas, bem como suas práticas religiosas e relações com outras comunidades. Eles oferecem informações valiosas sobre a vida dos judeus no Egito durante o período helenístico e suas interações com o antigo mundo mediterrâneo.

VEJA TAMBÉM

Elefantina

Papiros de Zenon

Documentos de Al-Yahudu

Bitia

Bitia, Bitiá ou Bítia, em hebraico בִּתְיָה, “filha de Deus”, não se sabe se é um nome próprio, ou uma designação honorífica dada mais tarde para salientar sua importância era maior que ser a filha do faraó

Foi a filha de Faraó que resgatou Moisés das águas do Nilo (Êxodo 2:1-10). Ela o adotou como seu filho e o criou como príncipe egípcio. Em tradições tardias, ela aparece casada com Merede, descendente de Judá (1 Crônicas 4:18), assim ligando a linhagem de Moisés à de Judá.

Lendas registradas no Talmud diz que estava em um banho de purificação contra idolatria no Nilo (comparável ao batismo e ao mikvé) (Sot. 12b). Quando suas servas se recusaram a desobedecer ao decreto real e salvar a criança israelita, seu braço alongou-se milagrosamente para que pudesse alcançar o cesto em que Moisés jazia; quando quando foi curada da lepra.

Outra lenda diz Bitia foi levada ao Paraíso durante sua vida (Midrash de Provérbios 31:15). Bitia é contada entre as 22 mulheres heroínas (Mid. Hag. to Gen. 23:1, s.v.Takom).

Apocalipse de Pedro

O Apocalipse de Pedro é um relato pseudoepígrafo (atribuído falsamente) de uma visão que o apóstolo Pedro teria tido. Sua origem provável é no Egito, por volta 135. Provavelmente associado com comunidades gnósticas, é uma das mais antigas descrições cristãs das punições do inferno.

O Apocalipse de Pedro concentra-se na descrição de diferentes classes de pecadores e suas respectivas punições.

O livro deixou influências no cristianismo. Foi citado por Teófilo de Antioquia (c. 180), Clemente de Alexandria (c. 215), Metódio de Olimpo (c. 311) e Macário Magno (c. 400). Ainda a Divina Comédia de Dante e os testemunhos atuais de visitações ao inferno atestam a influência dessa obra.

Parte da literatura petrina, aparece como canônico para Clemente de Alexandria e Cânone Muratoriano. Eusébio considerava-o como espúrio.

O texto completo foi descoberto no inverno de 1887 no cemitério A em al-Hawawis na necrópole do deserto de Akhmim. Consiste em folhas de pergaminho da versão grega escritos no século VIII ou IX. Uma tradução etíope é conhecida desde 1910, com divergências com o texto grego.

Em sua descrição do céu e do inferno, o Apocalipse se baseia nas religiões de mistério órfico-pitagóricas. O inferno desse apocalipse remete ao tártaro dos gregos. A figura do rio de fogo certamente remonta ao antigo Egito. Deve-se à apocalíptica judaica os temas do juízo final, a ressurreição dos mortos e a destruição do mundo pelo fogo.

Bíblia Hesiquiana

Hesíquio de Alexandria (?-c.300) foi um exegeta que produziu a Bíblia Hesiquiana, uma recensão da Septuaginta e partes do Novo Testamento (possivelmente, os quatro evangelhos).

Hesíquio teria sido bispo de um lugar no Egito no século III e é confundido com lexicógrafo homônimo.

Esta recensão é mencionada por Jerônimo como obra de Hesíquio com a colaboração de Luciano de Antioquia. Segundo Eusébio (Hist. Ecl.8.13.7), um tal Hesíquio foi martirizado sob Diocleciano com três contemporâneos: Pacômio, Fileas e Teodoro. Os quatro mártires escreveram uma carta datada de 296 d.C. a Melício, bispo cismático de Licópolis, no Alto Egito, repreendendo-o por ordenações irregulares

No século IV as igrejas do Egito e em Alexandria utilizavam a Septuaginta Hesiquiana ao invés da edição de Orígenes. Jerônimo (Praef. in Paral.; Adv. Ruf. 2,27) critica Hesíquio, acusa-o de interpolação em Isaías 58:11 (Comm. em Is. ad. 58, 11) e de falsas adições ao texto bíblico (Praef. em Evang.). O Decretum Gelasianum alude aos “evangelhos que Hesíquio forjou” e chama-os de apócrifos.

Zoã

Zoã, em hebraico צֹעַן, tso’an, era uma cidade no nordeste do delta do Nilo, no Egito, perto da margem sul do Lago Menzalé. Hoje é a cidade de San el-Hagar e seu nome grego era Tanis.

Zoã estaria nas proximidades de Gosem, a região onde os israelitas viviam no Egito antes do êxodo. Salmo 78 identifica Zoã como o local das maravilhas no Egito (Sl 78:12, 43; cf. Êx 7:14–12:30), mas não é mencionada no livro de Êxodo. De acordo com Nm 13:22, Hebrom foi construída sete anos antes de Zoã.

A cidade foi a capital do faraó Sheshonq I (Sisaque), que atacou o reino do norte de Israel e recebeu tributo de Roboão do templo de Jerusalém (1 Rs 14:25-26; 2 Cr 12 :2–9). Nos juízos das nações, profetas condenaram a cidade (Is 19:13; Ez 30:14).

Papiros de Zenon

Os papiros ou o Arquivo de Zenon (c.280-c220 a.C.) consiste de grupo de documentos descobertos na antiga Filadélfia, na região de Fayum, no Egito. Esses papiros eram documentos mantidos por Zenon, secretário de um funcionário do governo egípcio.

O Arquivo de Zenon registra a vida e a administração do Egito ptolomaico e datam do século III a.C,. entre os reinados de Ptolomeu II e Ptolomeu III.

Zenon, filho de Agreofonte, nasceu na cidade de Kaunos, na costa da Cária, na Ásia Menor grega.

Em 260 a.C., Zenon era secretário de Apolônio, um conselheiro de Ptolomeu II, responsável pelo tesouro e supervisão de várias terras. Além de manter os documentos, fazia o papel de chefe de gabinete, supervisionando os bens e interesses particulares de Apolônio, bem como escrutinando pessoas que pediam audiência com seu empregador.

Zenon parece ter viajado extensivamente em nome de Apolônio por todas as propriedades ptolomaicas. Teria viajado pela Palestia, Transjordânia e Síria. Atesta a presença da comunidade judia dos tobíadas em Amã. Também atesta a vida dos judeus no Egito.

O arquivo foi descoberto na década de 1915 nos restos de uma casa.

BIBLIOGRAFIA

https://apps.lib.umich.edu/reading/Zenon/index.html

Zenon Papyri: Jews in Hellenistic Egypt

Versões coptas

As versões coptas da Bíblia feitas no conjunto de dialetos egípcios pós-helenistas figuram, talvez, entre as primeiras a serem traduzidas.

A língua copta é derivada do egípcio antigo. Durante o período helenístico começou-se a utilizar o alfabeto unical grego, mais sete caracteres retirados do demótico egípcio. Como língua corrente, foi a língua majoritária do Egito até o final do primeiro milênio d.C., quando gradativamente foi suplantada pelo árabe. No século XVII deixou de ser falada no cotidiano, mas permaneceu como língua litúrgica dos cristãos coptas.

Tanto o Antigo e o Novo Testamento foram traduzidos para cinco dos dialetos do copta: boárico (norte), faiúmico, saídico (sul), acmímico e mesoquêmico (meio do Egito). Quase em sua totalidade foram utilizados papiros.

São testemunhas importantes para a história textual. O cânon é semelhante às outras grandes versões, mas a ordem dos livros diferem em alguns casos.

A ordem dos livros no cânon boárico são evangelhos (João, Mateus, Marcos, Lucas), epístolas paulinas (Hebreus entre 2 Tessalonicenses e 1 Timóteo), epístolas católicas, Atos e Apocalipse (embora o Apocalipse conste em relativamente poucos manuscritos).

As versões em saídico são evangelhos (João, Mateus, Marcos, Lucas), epístolas paulinas (Hebreus entre 2 Coríntios e Gálatas), epístolas católicas, Atos e Apocalipse.

Lillian Trasher

Lillian Hunt Trasher (1887 – 1961) foi uma missionária americana em Asyut, Egito, onde fundou um orfanato, sendo apelidade de “Mãe do Nilo” do Egito.

Nascida em Jacksonville, Flórida, sua mãe era originalmente Quaker, mas converteu-se à Igreja Católica Romana. Na sua adolescência, Lillian converteu-se à fé evangélica. Estudou em escolas bíblicas em Cincinnati, Ohio, e Greenville, Carolina do Sul. Trabalhou em um orfanato da Carolina do Norte e no final da década de 1900 passou a congregar na Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee) em Dahlonega, Geórgia, quando se tornou pentecostal.

Após romper seu noivado com um evangelista que não apoiava sua vocação, Lillian partiu para o Egito em 1910 com uns poucos dólares como missionária independente. Estabeleceu-se no centro do Egito, em Asyut, onde um dia uma mulher próxima da morte entregou-lhe sua criança. A partir daí iniciou sua obra de cuidado dos órfãos.

O orfanato recebia apoio de várias denominações, desde o Sínodo Evangélico do Nilo (Presbiteriano) e as Assemblies of God americanas, da qual Trasher tornou-se membro.

BIBLIOGRAFIA

https://www.cbeinternational.org/resource/article/mutuality-blog-magazine/nile-mother-story-lillian-trasher