Papiros Chester Beatty

Os Papiros Chester Beatty são um grupo de manuscritos gregos e egípcios.

Os Papiros Bíblicos Chester Beatty são onze manuscritos, sete com porções de livros do Antigo Testamento, três do Novo Testamento e um com partes do Livro de Enoque e uma homilia cristã. A maioria é datada do século III d.C..

Dentre os papiros não bíblicos, destaca-se o Chester Beatty Medical Papyrus. Este é um dos papiros médicos mais antigos que existente. Prescreve mágicas e tratamentos contra dores de cabeça e remédios para doenças anorretais. Sua data é de cerca de 1200 aC.

Os papiros possuem proveniência desconhecida. Um relato traça a origem dos manuscritos a jarros em um cemitério copta perto das ruínas da cidade de Afroditópolis. Outro possível local Fayum. A maioria dos papiros foi comprada de um negociante por Alfred Chester Beatty. Eles estão em parte na Biblioteca Chester Beatty em Dublin, Irlanda, e na Universidade de Michigan.

A existência dessa coleção foi publicizada em 1931.

Papiro

O papiro deriva-se da parte fibrosa de uma planta aquática da família dos juncos que crescia abundantemente nas águas rasas do Nilo, nas proximidades do Delta (Jó 8:11) e no oásis de En-Gedi, próximo do Mar Morto.

Assemelhando-se a um caule de milho, a planta era usada de várias maneiras. Além da escrita também servia como combustível, comida, remédios, roupas, tapetes, velas, cordas e até para mascar.

Na manufatura de “papel” de papiro, o caule da planta madura era cortado em seções de cerca de trinta a quarenta centímetros de comprimento. Depois, abria-se cada um deles longitudinalmente e o núcleo da medula era removido e fatiado em tiras muito finas. Essas tiras colocadas longitudinalmente em uma superfície plana sobrepostas umas às outras e todas voltadas para a mesma direção. Em seguida, uma segunda camada era colocada em ângulos retos. As duas camadas eram então pressionadas ou amassadas até formarem um tecido. Uma pedra servia para polir, amaciar e aplainar as faces do papiro.

Cerca de vinte folhas individuais de papiro poderiam ser unidas ponta a ponta para formar um rolo. A partir desse rolo, os pedaços seriam cortados no tamanho necessário para escrever uma carta, um recibo, escritura ou qualquer outro registro.

O papiro textual mais antigo encontrado é o Diário de Merer ou o Papiro Jarf. Este registro das atividades de um grupo construtores foi descoberto em 2013. É datado do reinado do faraó Khufu (2589 e 2566 a.C.).

Na Idade do Ferro o papiro começou a ser comercializado em larga escala pelo Mediterrâneo. É notória a relação mercantil entre o Egito e a Fenícia no século XI a.C., como registrada na Jornada de Wen-Amon à Fenícia. Nessa mesma época, o Faraó Smendes (1076–1052) enviou 500 rolos de papiro ao rei de Byblos. Byblos se tornou o centro comercial e o próprio termo byblon passou a se referir ao volume ou rolo de papiro em língua grega.

O papiro não é taõ durável quanto o pergaminho. Em média duravam, com um cuidadoso manuseio, por uns 30 anos. Contudo, as areias secas do Egito provaram ser ambientes propícios para sua preservação.

Em 1778 houve uma redescoberta dos papiros do Egito pelos europeus. A procura por papiros antigos foi estimulada pela expedição de Napoleão.

Em 1877 começaram as tentativas de reprodução das técnicas de fabricação, sendo produzido na Sicília. Nesse mesmo ano ocorreu a descoberta dos papiros de Fayum, o primeiro grande achado de uma coleção de papiros. Levado à Áustria, essa coleção estimulou a pesquisa entre investigadores de língua alemã, dentre eles Ulrich Wilcken, um dos fundadores da papirologia como disciplina.

As escavações de Flinders Petrie encontraram o Papiro Petrie I em 1891, ano quando também foi publicada a Constituição dos Atenienses, de Aristóteles, a partir de dois papiros (um encontrado em Fayum em 1879, outro apareceu no mercado egípcio em 190).

O termo “papirologista” foi cunhado em 1896. O material frágil, seu caráter fragmentário, múltiplas línguas fizeram da papirologia uma ciência histórica complexa, extremente importante e demandando extensivo trabalho.

Entre 1896 e 1906 os estudiosos P.B. Grenfell e A. S. Hunt de Oxford foram procurar em sítios arqueológicos e depósitos de lixo no Egito restos de papiros. Consolidou-se com eles a papirologia como ciência especializada.

A classificação dos papiros pela papirologia em tipos documentais (datados, com poucas cópias, fins de produzir provas ou lembrança factual, como as cartas) e literários (sem datas, exceto em colofões; para fins religiosos, artísticos, com cópias reproduzidas com maior frequência) é útil para outras estudos bíblicos.

Os principais sítios arqueológicos onde foram encontrados papiros são:

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