Anna Larsen Bjørner

Anna Vilhelmine Johanne Dorthea Larssen (Larsen) Bjørner (1875-1955), atriz e ministra pentecostal dinamarquesa

Anna Larsen nascida de pai italiano e mãe dinamarquesa, tornou-se uma atriz de teatro e ópera bem-sucedida. Cresceu nos bastidores dos pais artistas. Seu primeiro papel no palco em 1882, como filhas de Nora, em Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen.

O movimento pentecostal chegou à Dinamarca em 1907, e a conversão de personalidades como Anna Larssen, que posteriormente adotaria o sobrenome Bjørner, gerou impacto considerável. Fontes indicam que sua conversão esteve entre os fatores que, já em 1909, incitaram ataques de jovens socialistas a encontros pentecostais, também provocados pela penetração do movimento entre a classe trabalhadora.

A partir da década de 1920, Larssen Bjørner engajou-se ativamente no movimento, colaborando com o pastor pentecostal sueco Lewi Pethrus e o noruguês T. B. Baratt. Atuou para a consolidação do pentecostalismo dinamarquês por meio de pregações, publicações e organização de encontros de avivamento. Em 1919, junto a Sigurd Bjørner, passou a liderar uma nova congregação em Copenhague. Anos depois, em 1924, os Bjørner, com uma delegação de líderes britânicos, foram instrumentais em persuadir mais da metade dos pentecostais dinamarqueses a se filiarem à Igreja Apostólica, uma denominação com uma estrutura organizacional mais definida, bem firmada no País de Gales, Inglaterra e Escócia.

Sua influência transfronteiriça alcançou a Itália quando, na década de 1930, sentiu o chamado para o trabalho missionário naquele país. Previamente, o pastor batista italiano Del Rosso, ao encontrar uma revista intitulada “Riches of Grace” que narrava a conversão da então famosa atriz, escreveu-lhe para conhecer sua experiência. A resposta de Larssen Bjørner, recebida quatro anos depois, detalhando a obra divina na Dinamarca e a comunhão com a Igreja na Grã-Bretanha, inspirou o pastor a convidar irmãos dinamarqueses. A visita destes a Civitavecchia e Grosseto, com sua pregação e testemunho em lares simples, preparou o caminho para que, em fevereiro de 1927, os pequenos grupos de irmãos nessas cidades se unissem oficialmente à Igreja Apostólica, por ocasião de uma visita dos pastores D.P. e W.J. Williams e de alguns irmãos dinamarqueses.

SAIBA MAIS

Christensen, Nikolaj. Unorganized Religion: Pentecostalism and Secularization in Denmark, 1907-1924. Vol. 42. Brill, 2022.

Jørgensen, Chris. Anna Larssen Bjørner: verdens dejligste rose. 1988.

Frank Bartleman

Frank Bartleman (1871–1936) nasceu na zona rural da Pensilvânia, em uma família com raízes católicas e quakers.

Sua infância foi marcada por dificuldades financeiras e pela busca religiosa. Em 1893, ele teve uma experiência de conversão ao cristianismo que o levou a dedicar-se à pregação do Evangelho. Seu ministério inicial foi itinerante, centrado em comunidades marginalizadas. Atuou brevemente em diferentes denominações, como batistas, metodistas e o Exército de Salvação, mas encontrou sua verdadeira vocação no movimento pentecostal emergente.

Em 1906, Bartleman foi atraído a Los Angeles pelos relatos de um avivamento na Azusa Street. Participou e documentou os eventos, descrevendo a manifestação do Espírito Santo, os dons espirituais e a diversidade racial das reuniões. Suas obras, como Azusa Street, são registros importantes desse momento histórico para o pentecostalismo.

Bartleman continuou a viajar e pregar, enquanto escrevia artigos e livros, incluindo How Pentecost Came to Los Angeles. Ele defendia a justiça social, destacando a necessidade de cuidado com os pobres e marginalizados, e enfatizava a unidade racial e o impacto transformador do Evangelho. Sua vida e escritos refletiam sua crença no poder do Espírito Santo e em uma fé vivida com humildade e sacrifício.

Donald W. Dayton

Donald W. Dayton (1943–2020) foi um teólogo, historiador e líder ecumênico norte-americano, conhecido por sua análise crítica da história do evangelicalismo e suas contribuições para o diálogo entre diferentes tradições cristãs. Sua obra explorou as interseções entre teologia, justiça social e as raízes do pentecostalismo.

Nascido em 1943 em um ambiente evangélico, Dayton estudou no Asbury Theological Seminary e na Universidade de Chicago, onde seus interesses teológicos se expandiram. Ele passou de uma perspectiva teológica fundamentalista para uma abordagem mais progressista, buscando integrar a fé evangélica com a justiça social e o compromisso com a paz. Dayton tornou-se uma voz importante na “Evangelical Left”, um movimento que enfatizava a conexão entre espiritualidade e ação social.

Sua contribuição acadêmica foi marcada pela releitura da história evangélica. No livro Discovering an Evangelical Heritage (1976), Dayton desafiou narrativas dominantes, destacando as raízes sociais e ecumênicas do movimento. Ele também desempenhou papéis de liderança em organizações como o Conselho Nacional de Igrejas e o Conselho Mundial de Igrejas, promovendo o diálogo interdenominacional e a reconciliação entre diferentes tradições cristãs.

Entre suas obras mais notáveis está Theological Roots of Pentecostalism (1987), que explora as bases teológicas do pentecostalismo, detalhando a evolução de suas crenças e práticas centrais. Nesse estudo, Dayton articula como o pentecostalismo emergiu de tradições como o avivalismo conversionista e o movimento de santidade wesleyano. Ele também destaca a relação entre temas de poder espiritual e santificação, a prática de cura divina e a expectativa escatológica do retorno de Cristo.

A análise de Dayton no livro é estruturada em torno do “gestalt pentecostal”, que apresenta Cristo como Salvador, Batizador no Espírito Santo, Curador e Rei que Virá. Ele traça as conexões históricas e doutrinárias desses temas, abrangendo desde o avivamento wesleyano até influências de figuras como Charles Finney, Dwight Moody e A.B. Simpson. A obra é reconhecida como um marco na compreensão do desenvolvimento teológico do pentecostalismo.

Smith Wigglesworth

Smith Wigglesworth (1859 – 1947) foi um evangelista britânico no início do movimento pentecostal.

Nascido na pobreza em Menston, Yorkshire, trabalhou no campo desde pequeno. Depois, tornou-se encanador. Analfabeto até quando sua esposa, a salvacionista Polly Featherstone, ensinou-lhe a Bíblia. Frequentava reuniões metodistas, batistas e dos irmãos de Plymouth. Participou do movimento de Keswick, quando foi batizado no Espírito Santo em 1893 e recebeu o dom de falar em línguas durante o Avivamento de Sunderland em 1907.

Wigglesworth passou a ocupar-se do ministério de tempo integral, concentrando-se na condução de cruzadas de cura a partir de 1907. O seu ministério o levou por todo o mundo, incluindo visitas à Itália, onde testemunhou poderosas manifestações de intervenção divinas.

No início de 1926, Smith Wigglesworth escreveu: “Recebi um chamado para a Itália para visitar alguns doentes. Tive a maior alegria da minha vida pregando em Roma. Orei muito sobre isso, para que Deus me fornecesse um intérprete e o primeiro homem que conheci em Roma foi um homem que estava em minhas reuniões em San Jose, Califórnia, um italiano, e ele realmente fez um bom trabalho para mim. Tivemos uma ótima reunião que me lembrou de um avivamento em chamas no País de Gales. Lá havia uma grande multidão de italianos clamando a Deus por misericórdia, muitos bons homens entre eles, e depois disso, muitos buscando o batismo. Um grande número recebeu e outros estavam sob o poder. Alguns foram curados. Eu sei que há trinta assembleias pentecostais Na Itália.”

“Estive em Roma, onde vi milhares de peregrinos beijando os degraus de lá. Isto me deixou triste. Como agradeço a Deus pela Sua Palavra! Existem muitas pentecostais na Itália, e vi nas pessoas de lá uma grande fome e sede de Deus. Deus agiu poderosamente entre eles, e as pessoas foram salvas e batizadas no Espírito Santo na mesma reunião.”

Entre 1914 e 1926, as viagens de Wigglesworth estenderam-se aos Estados Unidos, Suíça, Noruega, Suécia, Dinamarca e outros países, onde realizou conferências e reuniões de cura. Seu envolvimento na União Missionária Pentecostal e colaboração com líderes como Thomas Ball Barratt na Escandinávia contribuíram significativamente para o crescimento do Pentecostalismo na Suíça, Noruega e Inglaterra.

Apesar do seu impacto, Wigglesworth enfrentou controvérsias, incluindo questões legais por praticar medicina sem licença durante as suas cruzadas de cura. Também considerava enfermidades que não curavam como falta de fé. Desdenhava a medicina e mantinha uma postura anti-intelectual.

Smith Wigglesworth faleceu em Wakefield.

Albert Sydney Copley

Albert Sydney Copley, também conhecido como A.S. Copley, (1860-1945) foi um pioneiro pentecostal.

Nascido em Ohio, foi criado na Igreja Evangélica, também chamados de Albright Brethren, uma denominação anabatista-pietista alemã, e mais tarde tornou-se ministro da Aliança Cristã e Missionária após sua ordenação.

Em 1906, Copley experimentou o batismo no Espírito Santo e tornou-se um propagador do movimento pentecostal. Em 1907, Copley mudou-se para Kansas City, Missouri, onde pastoreou a The Christian Assembly, uma igreja pentecostal. Ele também se tornou o editor associado da revista The Pentecost, trabalhando ao lado de J. Roswell Flower. Quando Flower mudou-se para casar, Copley assumiu como o único editor e renomeou a revista Grace and Glory em 1911.

Copley publicou Grace and Glory Carols em 1918, que incluía muitos hinos que ele havia escrito. Seu ministério teve um impacto significativo no desenvolvimento de muitas assembléias da Graça Pentecostal que mantêm doutrinas de acordo com seus ensinamentos, principalmente na região central dos Estados Unidos.

Copley também colaborou com o trabalho pentecostal italiano na cidade e orientou o ancião Alexander Mauriello.

Foi pioneiro na doutrina da Obra Consumada, doutrina a qual pregou antes de William Durham. Copley faleceu em Kansas City, deixando para trás um legado duradouro no movimento pentecostal como ministro, editor e escritor de hinos.