John Paul Lederach

John Paul Lederach (1945-) é um pesquisador menonita americano e mediador de resolução de conflitos e construção da paz.

Lederach é proponente da transformação de conflitos com base da não violência, da justiça e da reconciliação. Seu trabalho, especialmente na Somália, Irlanda do Norte, Nepal e Colômbia, resultou em conhecimentos que hoje está sendo sistematizado tanto por teólogos quanto por cientistas políticos.

BIBLIOGRAFIA

Lederach, John Paul. The Moral Imagination: The Art and Soul of Building Peace, Oxford University Press, 2005.

Lederach, John Paul. Reconcile: Conflict Transformation for Ordinary Christians. Pennsylvania: Herald Press, 2014.

John Durie

John Durie (1596-1680) foi um pastor, diplomata, pioneiro no ecumenismo e escritor puritano.

Nascido em uma família presbiteriana em Edimburgo, foi ministro para congregações migrantes de língua inglesa na Alemanha.

Vendo o mal do faccionalismo político e religioso durante a Guerra dos Trinta Anos, viajou pela Europa tentando convencer os governantes e prelados protestantes a buscar a paz e a união. Fundamentava doutrinariamente sua proposta em um mínimo teológico comum que consistia no Credo Apostólico, os Dez Mandamentos e a Oração do Senhor.

No final da vida, expandiu sua proposta de união para incluir os católicos. Foi instrumental em influenciar Cromwell a autorizar a readmissão dos judeus na Inglaterra. Seria um dos pioneiros no movimento ecumênico.

‘O único fruto que colhi com todas as minhas labutas é que vejo a condição miserável do cristianismo e que não tenho outro consolo além do testemunho de minha consciência.’

Participou da Assembleia de Westminister entre 1643 e 1649. Expressava uma teologia irênica. Com suas simpatias pelos judeus, tentou criar um Colégio de Estudos Hebraicos. Foi um prolífico autor de variados panfletos. Colaborou com o polímata Samuel Hartlib, de cujo círculo fazia parte, e com Adam Boreel, um líder collegiante holandês com similares simpatias pela tolerância religiosa.

SAIBA MAIS

Gibson, John Westby. “Durie, John (1596-1680)”. Dictionary of National Biography, 1885-1900, Volume 16.

Van Der Wall, Ernestine GE. “‘Without Partialitie Towards All Men’: John Durie on the Dutch Hebraist Adam Boreel.” Jewish-Christian Relations in the Seventeenth Century. Springer, Dordrecht, 1988. 145-149.

John Dury

Obras de John Dury

Biography of John Dury – Puritan’s Mind

Sermão Israels call to march out of Babylon unto Jerusalem: opened in a sermon before the Honourable House of Commons assembled in Parliament

Teoria do prêmio

A teoria do prêmio ou teoria premial da reconciliação é uma doutrina que explica a morte de Cristo como um benefício para a humanidade.

Essa doutrina há raízes em várias vertentes. Entre morávios e pietistas, a ideia do Cordeiro — frágil e obediente até a morte — providencia o sangue expiador de forma triunfal. A salvação seria o prêmio conquistado por Cristo. Essa posição contrastava com concepções de substituição penal prevalente entre luteranos e reformados na escolástica protestante.

No século XIX, em um sermão publicado no Pietisten em 1872, o teólogo sueco Waldenström sustentou que Cristo morreu na cruz para reconciliar a humanidade com Deus. Deus Pai era o sujeito da reconciliação, não o objeto como no processo penal substitutivo.

Seu raciocínio é o seguinte.

1) A queda do homem não causou nenhuma mudança no coração de Deus;

2) Portanto, Deus não ficou irado ou com desejo de vingança para com a humanidade. Assim, não haveria ofensas que tornaram-se um obstáculo para a salvação do homem;

3) A mudança trazida pela queda afetou somente o homem, pois ele se afastou de Deus e se tornou pecador, e se separou Dele;

4) Como um resultado, uma expiação era necessária. No entanto, esta expiação não para apaziguar a Deus e assim torná-lo misericordioso, mas para trazer uma reconciliação que salvaria o homem do pecado e o tornaria justo;

5) Esta expiação ocorreu em Jesus Cristo.

Waldenström enfatizou a natureza imutável e o amor infalível de Deus, ilustrados pela parábola de o filho perdido, tema semelhante em Moody. O evangelista americano, de forma inconsistente, empregava similar teologia.

Em contraste, enquanto as teorias forenses desde Anselmo depende da punição, a de Waldenström depende do perdão. É chamada de teoria premial, porque na analogia forense não se trata de evadir-se da condenação, mas ganhar a causa da salvação. É uma teoria de expiação vicária (Cristo morre pelos pecadores e em lugar dele), mas não punitiva ou substitutiva (Cristo não recebeu a punição humana). Antes, Cristo é o campeão da humanidade como Verdadeiro Homem.

Uma retomada da teoria premial foi proposta pela teóloga católica Eleonore Stump. Stump se baseia em várias fontes filosóficas e teológicas, incluindo as obras de Tomás de Aquino, Anselmo e Jonathan Edwards.

De acordo com Stump, a teoria premial da expiação trata o pecado não como uma violação da justiça de Deus, mas sim como uma falha em alcançar o bem que Deus pretende para nós. O objetivo da expiação, portanto, não é simplesmente apaziguar a ira de Deus, mas sim trazer uma restauração do relacionamento entre Deus e a humanidade e reparar o dano causado pelo pecado. Isso requer um processo de reconciliação, perdão e restauração focado em realizar o bem que Deus deseja para nós.

Para entender essa teoria, considere a analogia de uma bela peça de cerâmica que foi quebrada em vários pedaços. A teoria premial da expiação diz que o plano de Deus seria restaurar a cerâmica à sua beleza e ordem, em vez de simplesmente punir a pessoa que a quebrou. Isso envolveria reunir e remontar cuidadosamente as peças, preencher as rachaduras e lacunas e suavizar as arestas. O processo de restauração exigiria muito cuidado, habilidade e atenção aos detalhes, mas o resultado final seria uma bela peça de cerâmica restaurada. Foi o que Cristo fez, pois somente ele seria capaz de restaurar.

Da mesma forma, o pecado teria destruído a bela ordem da criação e danificado o relacionamento entre Deus e a humanidade. O objetivo da expiação não é simplesmente punir o pecador, mas restaurar cuidadosamente o relacionamento rompido e reparar o dano causado pelo pecado. Isso envolve um processo de reconciliação, perdão e restauração que requer grande cuidado, habilidade e atenção aos detalhes, mas que, por fim, leva à restauração completa da criação e à reconciliação de todas as coisas com Deus.

BIBLIOGRAFIA

Andersson, Axel Teodor. The Christian Doctrine of the Atonement According to PP Waldenstrom. Covenant Book Concern, 1937.

Stump, Eleonore. Atonement. Oxford University Press, 2019.

Waldenström, Paul Peter. The Reconciliation: Who was to be Reconciled?: God Or Man? Or God and Man?: Some Chapters on the Biblical View of the Atonenment. John Martenson, Publisher, 1888.

Teoria do resgate

A teoria do resgate é uma perspectiva sobre obra de rendenção de Jesus Cristo.

A teoria do resgate ensina que Jesus Cristo morreu como sacrifício de resgate, o qual teria sido pago a Satanás (a visão mais dominante) ou a Deus Pai. A ênfase é sobre a morte de Jesus Cristo, o que ela significa e seu efeito na humanidade. O foco do resgate é libertar da escravidão do pecado. A morte de Jesus seria um pagamento para pagar a dívida da humanidade herdada a partir de Adão.

O resgate ou a redenção era o preço pago pela libertação de escravos ou da alforria. As bases bíblicas principais são Mt 20:28 e 1 Pe 1:18-19.

Pressupostos de escravidão e cativeiro na Bíblia aparecem como nossa escravidão sendo pecado, culpa, maldição (Gl 3:13), sujeição sob um domínio (1 Co 15:56). O resgate bíblico teria vários aspectos, como a libertação da escravidão, restauração à liberdade e ao privilégio de filhos de Deus, pagamento da redenção, preço pago a alguém com alguma reivindicação anterior.

Outros trechos para fundamentar essa teoria seriam 1 Tm 2:6, Tt2:14, Hb 9:12, Ef 1:7, Rm 3:24-25. Enquanto algumas passagens empregadas para embasar o resgate pago a Satanás são Cl 2:15 João 12:31; Hb 2:14-15, 9:12 .

Frequentemente o resgate é explicado ao lado da Teoria da Influência Moral. A teoria de Christus Victor é semelhante, com Cristo resgatando os pecadores, porém sem o pagamento. Ficando a humanidade cativa desde Adão, a justiça exigia que Deus pagasse um resgate a Satanás. Entrentanto, Satanás não percebeu que Cristo não poderia ser mantido nos grilhões de morte. Uma vez que a morte de Cristo foi feita como resgate, a justiça foi satisfeita e Deus providenciou a libertação completa.

Esta teoria encontra suas raízes na Igreja Primitiva, particularmente em Orígenes do século III. Seu maior expoente na Antiguidade foi Gregório de Nissa.

Gregório fez uma analogia com um anzol em sua Oração Catequética. Uma vez que a humanidade estava sob o poder do diabo (ou morte) depois da Queda no Éden, a justiça de Deus exigia que Deus reconquistasse a humanidade através do pagamento de um resgate (Cristo) em vez de tomá-la de volta à força. Após a queda, ao invés de a humanidade retornar a um estado imutável e animal, o ser humano passou a ansiar em tornar-se cada vez mais perfeito, mais parecido com Deus, mesmo que a humanidade nunca entenda, muito menos alcance, a transcendência de Deus. A vinda de Cristo atendeu esse anseio enquanto o Diabo foi enganado em aceitar como resgate um pagamento que ele não poderia reter: a morte de Cristo. Portanto, o triunfo de Cristo removeu a barreira de acesso a Deus.

No dizer de Máximo, o Confessor:

O Senhor preparou Sua carne no anzol de Sua divindade como isca para o engano do Diabo, para que, como a serpente insaciável, o Diabo tomasse Sua carne em sua boca (já que sua natureza é facilmente superada) e estremeceria convulsivamente no gancho da divindade do Senhor e, em virtude da carne sagrada do Logos, vomitar completamente a natureza humana do Senhor, uma vez que ele a engoliu. Como resultado, assim como o diabo anteriormente atraiu o homem com a esperança da divindade e o engoliu, também o próprio diabo seria atraído precisamente com as vestes carnais da humanidade; e depois vomitaria o homem, que havia sido enganado pela expectativa de tornar-se divino, tendo o próprio diabo sido enganado pela expectativa de tornar-se humano. A transcendência do poder de Deus se manifestaria então através da fraqueza de nossa natureza humana inferior, que venceria a força de seu conquistador. Além disso, seria mostrado que é Deus quem, usando a carne como isca, vence o diabo, e não o diabo conquistando o homem, prometendo-lhe uma natureza divina.

Ad Thalassium 64

Em tempos recentes, C.S. Lewis usou a cena da morte do leão Aslan em suas Crônicas de Nárnia, algo que poderia ser visto como teoria do resgate conforme a analogia do azol de Gregório de Nissa. No entanto, em seus outros escritos teológicos, Lewis apresenta versões de uma teoria da recapitulação.

A principal controvérsia com esta teoria é o ato de pagar ao Diabo. Entretanto, nem todos os adeptos da teoria do resgate acreditam que quem foi pago foi o Diabo, mas neste ato de resgate Cristo liberta a humanidade da escravidão do pecado e da morte.

BIBLIOGRAFIA

Boaheng, Isaac. “A Theological Appraisal of the Recapitulation and Ransom Theories of Atonement.” E-Journal of Religious and Theological Studies 8, no. 4 (2022): 98-108. 

Gregório de Nissa. Oração Catequética.

Ray, Darby Kathleen. Deceiving the devil: Atonement, abuse, and ransom. Pilgrim Press, 1998.

Teoria do exemplo moral

A teoria do exemplo moral ou exemplarismo é uma doutrina subjetiva da reconciliação para explicar o motivo da obra redentora de Cristo. Frequentemente é confundida (ou mesmo empregada intercambiavelmente) com a teoria da influência moral de Abelardo.

Deus teria enviado Cristo para revelar o amor divino mediante seus ensinos e exemplo de obediência fiel até a morte. Uma vez revelada a vontade divina de comportamento justo, a salvação resultaria da imitação das obras e seguir os exemplos de Cristo.

Os textos bases para essa teoria são 1 Pe 2:22; Fp 2:3-8; 2 Co 3:18; Jo 13:12-15; 1 Co 11:1; 1 João 2:6; Ef 4:32; Cl 3:13.

Alguns aspectos do examplarismo aparecem na era patrística. Esteve presente nas soteriologias de Epístola a DiogentePastor de Hermas, nas cartas de Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Clemente de Alexandria, Hipólito de Roma e no Martírio de Policarpo.

Nas polêmicas contra Pelágio, Celestino e Juliano de Eclanum, seus oponentes — Agostinho de Hipona, Próspero da Aquitânia, Mário Mercator, Paulo Orosius e Jerônimo — apresentaram o pelagianismo como reduzindo a ação de Cristo a um mero exemplo. Embora hoje seja sabido que a teologia de Pelágio era congruente com o pensamento ortodoxo corrente; o termo “pelagianismo” ficou associado ao exemplarismo.

Na Idade Média, a mística medieval valorizava A imitação de Cristo, título do devocionário de Tomas à Kempis. A reprodução de atos sacrificiais de Cristo permeava a religiosidade popular, principalmente nas peregrinações e reencenações de sua paixão.

Uma teoria própria de exemplo moral foi desenvolvida pelo reformador radical Fausto Socino. Foi adotada por igrejas unitárias do período da Reforma, principalmente a Igreja Unitária Húngara e os Irmãos Polacos. Outro articulador dessa doutrina foi Immanuel Kant. De forma superficial, o exemplarismo apareceu na teologia liberal em seu auge (século XIX até final da 1a Guerra). Contudo, com Hastings Rashdall foi reformulada e ganhou uma nova expressão. Denominacionalmente é empregada por grupos como cristadelfos, o segmento adventista das igrejas de Deus (fé abrâamica), alguns adeptos do movimento das raízes hebraicas e outros menores.

Alguns aspectos de exemplarismo estão presentes nas teorias de reconciliação de Aberlardo, Schleiermacher, Horace Bushnell e John Hick. Contudo, nesses autores aparece combinada com outras perspectivas.

Uma crítica à teoria da influência moral é que não explica o motivo da necessidade para a vinda e morte de Cristo, pois qualquer mártir poderia impactar a humanidade de modo despertar tal amor a Deus.

BIBLIOGRAFIA

Crisp, Oliver D. “Moral Exemplarism and Atonement.” Scottish Journal of Theology, vol. 73, no. 2, 2020, pp. 137–149., doi:10.1017/S0036930620000265.

Socino, Fausto. De Jesu Christo servatore. 1578.

Kotsko,Adam. ‘Exemplarism’, in Adam J. Johnson (ed.), T&T Clark Companion to the Atonement (London: Bloomsbury T&T Clark, 2017), p. 485.

Pedro Abelardo. Expositio in Epistolam ad Romanos.

Rashdall, Hasting. The Idea of Atonement in Christian Theology. Londres: Macmillan, 1919.

Teoria da satisfação

A doutrina da satisfação ou teoria da compensação para a obra reconciliatória de Jesus Cristo postula que por sua a vinda e morte os pecados foram expiados porque, mesmo que a honra de Deus tenha sido ofendida pelo pecado, Cristo pagou pelos pecadores uma satisfação.

Proposta originalmente pelo teólogo medieval Anselmo em reação à doutrina do resgate da expiação. Anselmo considerava ímpia a noção de resgate como uma transação comercial paga a Satanás. Assim, a teoria da satisfação explicava porque era necessário que Deus se tornasse humano para satisfazer a justiça divina, maculada pelo pecado original.

A base bíblica mais importante para essa perspectiva encontra-se em Jo 10:18.

Pode-se resumir o pensamento da teologia de Anselmo que Deus é o ser com os máximos atributos possíveis. Sendo o mais justo, deveria ter sua justiça divina satisfeita. Essa seria a razão pela qual Deus se tornou humano e morreu pelos pecados dos seres humanos. Pelo pecado, a humanidade ofendeu a honra de Deus. Por isso, a justiça de Deus exige satisfação por essa ofensa. Porém, somente alguém totalmente santo e puro poderia realizar essa satisfação. Por isso, Jesus Cristo como Deus encarnado foi o único capaz. Sua morte fiel permitiu satisfazer a necessidade divina por justiça.

Nas sociedades urbanas e no direito civil contemporâneo ocidental não é algo corrente pensar em honra e satisfação. A soteriologia forense e a noção de justiça de Anselmo foram concebidas em uma matriz cultural do direito franco-germânico medieval. Por esse motivo, Hasting Rashdall (1919) vê a soteriologia de Anselmo como a atuação de um advogado lombardo em uma corte feudal.

Na sociedade feudal, um ofensor era obrigado compensar ou dar uma satisfação ao ofendido de acordo com o status dessa pessoa. Assim, um crime contra um rei exigiria mais satisfação do que um crime contra um barão ou um servo. Por analogia, a humanidade finita e falha jamais poderia satisfazer a Deus Todo-poderoso. Ela somente poderia esperar apenas a morte eterna. O único meio de reconciliar a humanidade com Deus, portanto, só poderia ser via alguém que fosse tanto Deus – porque Deus poderia vencer o pecado pela impecabilidade – quanto humano – porque os humanos eram culpados de pecado.

Nesse ambiente cutural, Anselmo concebia a justiça de Deus de forma múltipla. A justiça divina, em um aspecto, seria distinguir o bem e o mal. Em outro aspecto, ontológico, a própria justiça de Deus seria o caráter próprio da divindade.

A teoria da satisfação ganhou força entre os escolásticos e depois entre os reformadores, principalmente com a doutrina da imputação da justiça em Lutero e na teoria da substituição penal de Calvino. Variantes da teoria da satisfação constituem uma das principais doutrinas entre católicos romanos e anabatistas sobre a reconciliação.

BIBLIOGRAFIA

Anselmo. Cur Deus homo? 1099.

Rashdall, Hasting. The Idea of Atonement in Christian Theology. Londres: Macmillan, 1919.

Teoria da influência moral

A teoria da influência moral é uma doutrina subjetiva da reconciliação para explicar o motivo da obra redentora de Cristo e por quais meios altera a humanidade.

Por essa doutrina, a justiça de Deus é igual a seu amor. Como o pecado é uma ofensa produzida contra essa justiça e amor, Deus dispensou sua graça para reparar o pecador. Por Deus possuir um infinito amor pela humanidade, perdoa os pecados sem exigir punição ou penitência. Deus desperta o amor da humanidade ao enviar Jesus como seu exemplo obediente desse amor. Como deixaria de ser amor se fosse forçado, a obra de ensinos e obediência até a morte de Cristo incutiram o amor a Deus na humanidade.

Os textos bases para essa teoria são Jo 15:13; Rm 5:8; 2 Co 5:17-19; Fp 2:5-11; Cl 3:24. 1 Pe 2:21 e 1 Jo 2:6.

Originalmente traços da teoria da influência moral apareceram com Agostinho, mista com alguns elementos da teoria da satisfação. Como doutrina distinta foi proposta pelo teólogo medieval francês Pedro Abelardo. Ele rejeitou a ideia da morte de Jesus como um resgate pago ao Diabo, pois atribuía poderes divinos a um oponente maligno. Ele também se opôs à teoria da satisfação de Anselmo de que a morte de Jesus seria uma dívida paga à honra de Deus.

“A nossa redenção está, portanto, naquele amor supremo despertado em nós pela paixão de Cristo, amor que não só nos liberta da escravidão do pecado, mas também nos torna participantes da verdadeira liberdade dos filhos de Deus, para que façamos todas as coisas não por medo mas por amor Àquele que nos concedeu tão grande graça”.

Abelardo. Ad Romanos 2:22

Uma perspectiva relacionada, mas que não deve ser confundida, é a “teoria do exemplo moral”, desenvolvida por Faustus Socinus. Enquanto a teoria do exemplo moral a salvação resulta da imitação das obras e seguir os exemplos de Cristo, a teoria da influência moral postula que a obra reconciliatória de Cristo compele o ser humano pecador, pelo Espírito Santo, a amar a Deus e a fazer obras de justiça.

Variantes da teoria da influência moral podem ser encontradas em Friedrich Schleiermacher (1768-1834), Hosea Ballou (1771 – 1852), Horace Bushnell (1802-1876) e entre os reformados holandeses em Herman Wiersinga (1927 –2020).

Ballou exemplifica a posição do início do século XIX sobre essa teoria. Sustentava que a vida e os ensinamentos de Jesus são o que traz a reconciliação entre Deus e a humanidade. O amor e compaixão de Jesus nos inspira a abandonar o pecado e seguir o caminho da retidão. Essa teoria enfatiza o poder transformador do amor e a importância de viver uma vida virtuosa.

Raramente lido em seus próprios termos e em seu método dialético, a teoria de influência moral de Abelardo tende a ser representada de forma caricata. Uma das representações distorcidas ocorre principalmente tornar a morte de Cristo sendo um mero exemplo. No entanto, Abelardo enfatiza que Cristo morreu por causa de nossos pecados porque realmente cometemos essas transgressões. Como um dos primeiro proponentes do intencionalismo da vontade, Abelardo dizia que a fé (a confiança) nesse amor de Deus mediante a influência moral de Cristo possibilitaria alinhar o arbítrio da pessoa com a intenção amorosa de Deus. Assim, o ser humano redimido desviaria-se da intenção de pecar e seria conduzido pelo amor a Deus.

Uma crítica à teoria da influência moral é que não explica o motivo da necessidade para a vinda e morte de Cristo, pois qualquer mártir poderia impactar a humanidade de modo despertar tal amor a Deus.

BIBLIOGRAFIA

Barclay, William. The Plain Man Looks at the Apostles’ Creed. Glasgow: William Collins Sons & Co., 1979.

Ballou, Hosea. A Treatise on Atonement. 1805.

Bushnell, Horace. The Vicarious Sacrifice: Grounded in Principles of Universal Obligation. RD Dickinson, 1892.

Crisp, Oliver D. “Moral Exemplarism and Atonement.” Scottish Journal of Theology, vol. 73, no. 2, 2020, pp. 137–149., doi:10.1017/S0036930620000265.

Finlan, Stephen. Salvation Not Purchased: Overcoming the Ransom Idea to Rediscover the Original Gospel Teaching. Eugene: Cascade Books, 2020.

Pedro Abelardo. Expositio in Epistolam ad Romanos.

Quinn, Philip L., 1993 [2009], “Abelard on the Atonement: Nothing Unintelligible, Arbitrary, Illogical, or Immoral About It”, in Rea, Michael C., Oxford Readings in Philosophical Theology, Vol. 1: Trinity, Incarnation, Atonement, New York: Oxford University Press,  2009, pp. 348–365.

Rashdall, Hasting. The Idea of Atonement in Christian Theology. Londres: Macmillan, 1919.

Teoria da recapitulação

A teoria da recapitulação é uma das antigas perspectivas para explicar a obra de expiação ou reconciliação que Cristo proporcionou em benefício da criação.

O evento primário da expiação é a entrada de Deus na vida humana na encarnação (João 1:14. 18; 12:46; Rm 5:15-21; Hb 2:10). Um dos textos centrais para essa doutrina é Efésios 1:10:

E o plano é este: no devido tempo, ele reunirá [anakephalaiōsasthai, recapitulará] sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na terra. NVT

Recapitulação tem vários sentidos, mesmo dentro dos escritos de Irineu de Leão (c. 130 – c. 200), seu principal proponente. Referente à doutrina da expiação, segundo Irineu, Cristo recapitulou a história cósmica como o novo representante da humanidade. Não por menos recapitulare (anakefalaiosis) significa “recolocar a cabeça”. Tal como Adão, Jesus foi o representante da humanidade nesse grande plano da criação. Diferente do imperfeito Adão, Cristo era perfeito; portanto, capaz de redimir toda a criação.

Recapitulação também é o sumário, o apanhado geral ou a culminação de tudo que veio antes. Fazia parte do plano de redenção desde o princípio recapitular todas coisas por Cristo a partir da encarnação. A criação e a redenção consumam-se em uma união plena.


“Por causa de seu amor incomensurável, Ele se tornou o que somos para permitinos a nos tornarmos o que Ele é.”

Irineu. Contra as Heresias, 5.


Quando o Logos tornou-se humano a natureza humana foi restaurada porque a vinda de Cristo alterou drasticamente toda a história e pessoa humana.

Numa das primeiras compreensivas exposições sobre a expiação, Atanásio (c. 297 – 373) (A encarnação do Verbo 2,9; 4,20) aborda a recapitulação dentre outras teorias.

Vale notar que nem Irineu ou Atanásio ficaram restritos a uma teoria. Na realidade, Irineu descreve a salvação de três modos: como a conquista do inimigo da humanidade; como nos tornando participantes da incorruptibilidade; e como somos participantes na adoção como filhos. Observe em particular a ligação entre incorrupção e adoção. Ambos Irineu e Atanásio empregam terminologia sacrificial ao falar da obra de Cristo, mencionam a derrota de Satanás por Cristo e a libertação da humanidade do poder escravizador de Satanás. Finalmente, vale atentar-se que eles não articulararam a doutrina da reconciliação de forma sistemática.

A doutrina da recapitulação seria base para posteriores reformulações. Por considerar toda a criação redimida por Cristo, essa doutrina tem escopo atemporal e progressivo. Ou seja, não restringe os efeitos da obra reconciliatória em determinadas economias (fases) da história de salvação. Também, é base para a doutrina da teose e da soteriologia ortodoxa oriental.

Uma variante comum na era patrística é chamada de “teoria física”. Fundamentada no conceito neoplatônico de que todos os seres humanos estão conectados por meio de sua natureza comum ou physis, o Logos encarnou-se e assim restaurou a natureza humana à perfeição. Desse modo, o ser humano viveria uma vida sem pecado e totalmente centrada em Deus, restaurada automaticamente a natureza humana. No entanto, esta perspectiva tem uma dificuldade quando contradita pela contínua pecaminosidade e pelo problema do mal ainda facilmente atestáveis.

As doutrinas posteriores no cristianismo centraram a expiação (reconciliação) mais na morte e ressurreição de Cristo. Contudo, aspectos da teoria governamental e na soteriologia transformativa refletem elementos da teoria da recapitulação.

BIBLIOGRAFIA

Atanásio. A encarnação do Verbo.

Irineu. Contra as heresias.

Boersma, Hans. “Justification within Recapitulation: Irenaeus in Ecumenical Dialogue.” International Journal of Systematic Theology: IJST 22, no. 2 (2020): 169-90. 

Hart, Trevor A. “Irenaeus, Recapitulation and Physical Redemption” in Hart, Trevor A.; Thimell, Daniel P. (eds.) Christ in our place: the humanity of God in Christ for the Reconciliation of the World. Essays presented to professor James Torrance. Exeter: Paternoster, 1989.

Steenberg, M. C. Irenaeus on Creation: The Cosmic Christ and the Saga of Redemption. Vol. V. 91. Supplements to Vigiliae Christianae. Leiden: Brill, 2008. 

Williams, David T. “Another Look at Recapitulation.” Pharos Journal of Theology, 101 (2020).

Christus Victor

Christus Victor, em latim para Cristo vitorioso, é um conjunto de perspectivas sobre a obra de reconciliação de que a morte de Cristo pela humanidade pecadora (1 Co 15:3; Rm 5:8; Jo 3:16) culminou uma vitória divina sobre o pecado, o mal e a morte.

Pela doutrina de Christus Victor, Jesus Cristo morreu para derrotar os poderes do mal (como o pecado, a morte e o diabo), assim libertando a humanidade de sua escravidão. A partir dessa interpretação, há diversas explicações com nuances. Umas enfatizam a recapitulação — a repetição perfeita como segundo Adão. Ainda, sob a perspectiva de Christus Victor há teorias do resgate, na qual Cristo arrancou a criação das mãos do maligno. Outras utilizam imagens militarísticas de combate e derrota do mal. Há ainda concepções terapêuticas na qual Cristo inaugura a humanidade recriada já sarada dos pecados e da morte. Uma visão mais recente é a da renúncia da retaliação e violência por parte Cristo. Isso permitiu a paz entre Deus e a humanidade quando o esperado deveria ser a punição por sua morte, mas ao invés disso Cristo manifestou sua graça e perdão à humanidade mediante a ressurreição e ascenção triunfal.

Apesar dessas nuances, há um elemento comum nessa doutrina. Jesus teve que assumir fisicamente a natureza humana caída, uni-la à sua natureza divina. Sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Jesus Cristo pode pregar o evangelho para a erradicação do mal, derrotar as potestades espirituais e humanas, a vencer a tentação ao longo de sua vida no poder do Espírito Santo e derrotar a corrupção dentro de sua natureza humana em sua morte. Ao ressuscitar, apresentou-se com a natureza humana purificada e curada. Em um novo corpo ascendeu ao Pai como a primícia da humanidade restaurada. Por fim, compartilhou o Espírito de sua nova humanidade com todos os que creem para fazê-los partícipes da natureza divina.

Os textos-chave são Mt 6:14; Mc 1:4; 4:13; Lc3:3; 5:20-24; Jo 12:31, Cl 2:15, 1 Jo 3:8 e Hb 2:14-15.

Perspectiva dominante no primeiro milênio do Cristianismo junto da teoria do resgate, a teoria de Cristo vitorioso foi preterida pela teoria da satisfação de Anselmo no Ocidente. Entre cristãos orientais continua ser a teoria mais comum sobre a expiação. Lutero empregou alguns aspectos da doutrina de Christus Victor, retratando Cristo como um guerreiro que invade os domínios do mal. Alguns anabatistas, como Marpeck, propuseram doutrinas de salvação semelhantes durante a Reforma.

O pentecostalismo clássico fundamenta-se em uma versão soteriológica nessa perspectiva. Por uma leitura que combinou o evangelismo herdado dos movimentos de Santidade e de Alta Vida Superior (Keswick), sem intermediação de teologia sistemática formal, os pioneiros pentecostais e muitas denominações atuais compreendem a obra de salvação em termos de redenção, resgate e restauração (restauração terapêutica) embasados na vitória de Cristo.

Essa doutrina seria articulada no século XX pela escola de Lund, dentre eles Gustaf Aulén. A recepção inicial da obra de Aulén entre alguns setores evangélicos de língua inglesa levou a uma posição dicotômica entre os modelos de Cristo vencedor e de soteriologias forenses, sobretudo a teoria da substituição penal. Contudo, reflexões teológicas recentes como a de Jeremy Treat demonstram a plausibilidade de combinar tais modelos.

BIBLIOGRAFIA
Aulén, Gustaf. Christus Victor: an Historical Study of the three main types of the idea of the Atonement. Trans. A. G. Herbert; New York: Macmillan, 1931.

Finger, Thomas. “Pilgram Marpeck and the Christus Victor motif.” Mennonite Quarterly Review, vol. 78, no. 1, Jan. 2004, pp. 53+. 

Girard, René. Things hidden since the foundation of the World. London; Athlone, 1987.

House, Sean David. Theories of atonement and the development of soteriological paradigms: implications of a Pentecostal appropriation of the Christus Victor model. Doctoral dissertation, University of South Africa, 2012.

Moran, John (1935). “Christus Victor: A Historical Study of the Three Main Types of the Idea of the Atonement”. Thought: Fordham University Quarterly 10 (3):519-522.

Smith, Martyn J. Divine Violence and the Christus Victor Atonement Model: God’s Reluctant Use of Violence for Soteriological Ends. Wipf and Stock Publishers, 2016.

Treat, Jeremy R. The crucified king: atonement and kingdom in biblical and systematic theology. Zondervan, 2014.

Weaver, J. Denny. The nonviolent atonement. Grand Rapids: Eerdmans, 2011.

Gustaf Aulén

Gustaf Aulén (1879–1978) teólogo e bispo luterano sueco conhecido por sua abordagem da obra expiatória de Christus Victor para explicar os efeitos da morte de Jesus Cristo na salvação. Junto de Anders Nygren (1890-1978) foi um expoente da Teologia Lundensiana.

Estudou em Kalmar e depois na Universidade de Uppsala. De 1907 a 1913 foi professor assistente em Uppsala. Foi catedrático de teologia sistemática na Universidade de Lund a partir de 1913 até ser feito bispo de Strängnäs em 1933. Como figura pública, combateu vocalmente o nazifascismo, mesmo sendo a Suécia neutra durante a 2a Guerra. Morreu quase centenário.

Em uma série de palestras, publicadas em 1931, Aulén argumentou a doutrina de Christus Victor, a visão clássica da expiação. Partindo de que nenhuma doutrina, conceito ou imagem explicaria com justiça os enormes efeitos da obra expiatória de Cristo, Aulén percebeu que as teorias dos reformadores magistrais se distanciavam muito dos textos bíblicos. Notou ainda que as teorias patrísticas de resgate provocaram a justa reação dos escolásticos (e reformadores) pela percepção equivocada de que Deus devia algo ao Diabo. No entanto, Aulén aponta que a noção de resgate como remição foi confundida com resgate como recuperação ou libertação da influência do pecado, morte e do mal (o que em português seria a “remissão”).

A centralidade da ação divina é contínua. Do início ao fim, a expiação é o ato de Deus por meio de Cristo, no qual os poderes do pecado, da morte e do diabo foram vencidos, e o mundo foi reconciliado com Deus.

Um dos textos fundamentais é que “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo” (2 Coríntios 5:19). Essa visão seria dramática e dualista, porque assumia uma narrativa de conflito entre Deus e os poderes do mal, do pecado e da morte, na qual Deus triunfa sobre esses poderes. Também seria objetiva, porque postula que Deus tomou a iniciativa de mudar decisivamente a relação entre Deus e o mundo.

As teorias subjetivas como a doutrina da satisfação de Anselmo ou da substituição penal de Lutero e Calvino seriam antropocêntricas. Isso porque enfocariam o processo de salvação no homem e não em Deus. Aulén argumentou que Christus Victor também difere do entendimento “latino” da expiação, pois essas teorias dependem de uma obra divina descontínua. O sacrifício oferecido por Cristo a Deus em favor da humanidade “interrompe” a contínua obra divina de Deus movimentar-se para o homem e passa exigir um movimento na outra direção do homem para Deus.

Para Aulén a vontade de Deus de reconciliar triunfa sobre o pecado, a morte e o diabo. O juízo é sobre esses três. A doutrina de Christus Victor era uma teoria dupla da expiação, com Deus como sujeito (Reconciliador) e objeto (Reconciliado).

Vale notar alguns pontos salientes da teologia de Aulén. Sua hermenêutica era fundamentada no uso de metáfora, especialmente metáfora bíblica. Típico da epistemologia de Uppsala, Aulén via a teologia como estudo da ideia de Deus, não Deus em si, o qual seria irredutível.

Sua cristologia tem por base a o triunfo paradoxal de Jesus Cristo sobre as forças destrutivas do mal, particularmente na crucificação (posições semelhantes à teologia da cruz luterana, a cristologia anabatista, e a perspectiva do Chaoskampf). Assim, Cristo é o revelador e o libertador.

Seu cristocentrismo enfatizava a cruz e a ressurreição como central para o Novo Testamento. No entanto, os eventos da morte e vitória de Cristo não se separam dse seu ministério terreno. As obras de Jesus, seus “sinais”, revelam sua glória como Aquele que é e traz vida de Deus (Jo 2:11; 11:4, 40). Em seus sinais, Jesus sacia com comida e bebida (Jo 2; 6:1-15), restaura os enfermos (Jo 4: 47-52; 5: 1-9; 9: 1-7) e ressuscita os mortos (Jo 11). Jesus promete a vitória sobre a morte pela ressurreição dos mortos (Jo 11: 25-26). Seguir, crer, conhecer e confiar em Cristo Jesus é tornar-se partícipe de sua vida.

O caráter de reconciliação da Santa Ceia a faz ecumênica, pois ao lembrar a morte e a ressurreição de Cristo há uma reconciliação dos crentes com Deus e uns com o outros.

Escatologicamente, a doutrina do “Christus Victor” está para “agora e ainda não”. Deus já venceu, mas esperamos a vitória final de Deus em Cristo, quando todos os joelhos se dobrarão àquele que é o Senhor (Fp 2:11); quando Deus terá feito de todos os inimigos de seu Filho “escabelo de seus pés” (Lc 20:43; Atos 2:35; Hb 1:13; 10:13); e quando o reino deste mundo há de se tornar o reino do Deus em sua plenitude (Ap 11,15).

Seus livros eram quase imediatamente traduzidos para o inglês, mas a recepção da doutrina Christus Victor ficou inicialmente restrita à teologia acadêmica. As críticas da fraqueza da metodologia da história das ideias fez com que Aulén revisasse seus livros continuamente. Sem excluir a combinação da soteriologia Christus Victor com outras abordagens, sua posição ganhou limitada aceitação entre círculos teológicos eclesiásticos fora do mundo luterano a partir dos anos 1990.

BIBLIOGRAFIA

Aulén, Gustaf. A Fé Cristã. Tradução de Dirson Glênio Vergara dos Santos. São Paulo: ASTE, 2002. Originalmente publicado em 1923 em sueco.

Aulén, Gustaf. Christus Victor: an Historical Study of the three main types of the idea of the Atonement. Trans. A. G. Herbert; New York: Macmillan, 1931. Originalmente publicado em 1930 em sueco.