Apocalipse de Zorobabel

O Apocalipse de Zorobabel, também conhecido como o Livro de Zorobabel, é um texto apocalíptico judaico com várias recensões. Provavelmente foi escrito até o século XI d.C., pois prediz eventos que ocorrerão por volta do ano 990 ou 970 após a destruição do Templo por Tito.

Zorobabel é transportado em espírito para diferentes lugares, incluindo Nínive, a Cidade do Sangue e a Grande Roma. Lá, ele recebe revelações de Metratron sobre eventos no fim dos tempos. Entre essas revelações, Zorobabel encontra um Messias chamado Menaém filho de Amiel que nasceu durante a época do rei Davi, mas foi preservado escondido até o fim dos tempos.

O apocalipse segue um padrão semelhante a outros textos apocalípticos, descrevendo a ascensão de Armilus, também conhecido como o Adversário do Mal, que afirma ser o Messias e um deus. No entanto, Israel o rejeita como o verdadeiro Messias, e sua ascensão está associada ao Império Romano.

A narrativa introduz ainda a lenda do Messias filho de José. Essr segundo messias reúne os israelitas, incluindo algumas das Dez Tribos, em Jerusalém, restabelecendo a adoração no Templo e estabelecendo seu próprio domínio. No entanto, este governo é de curta duração, pois Armilus, com os pagãos, lutará contra ele e eventualmente o matará.

O apocalipse enfatiza o sofrimento e a perseguição de Israel após a morte do Messias filho de José, levando-os a buscar refúgio no deserto. O Messias filho de Davi e o profeta Elias aparecem para conduzi-los de volta a Jerusalém, onde derrotam Armilus e os exércitos pagãos. No Apocalipse de Zorobabel, o Messias filho de Davi ressuscita o Messias filho de José, que foi morto às portas de Jerusalém.

O apocalipse apresenta uma mulher chamada Hefzibá, a mãe do Messias flho de Davi, que desempenha um papel significativo. Hefzibá surge cinco anos antes do Messias filho de José, e seu caminho é iluminado por uma grande estrela. Hefzibá auxilia o Messias filho de José em sua guerra contra o rei da Pérsia e protege Israel durante a fuga para o deserto.

O Apocalipse de Zorobabel oferece uma representação única do mundo futuro, descrevendo o estabelecimento da Jerusalém celestial em cinco montanhas e a ressurreição dos fiéis que morreram durante a perseguição geral. O livro também compartilha algumas semelhanças com outras literaturas apocalípticas, como o Apocalipse de João e o Apocalipse Copta de Elias.

Pelatias

O nome Pelatias significa “entregue por Yahweh”.

  1. Pelatias, filho de Hananias, filho de Zorobabel. (1 Crônicas 3:21)
  2. Pelatias, um dos chefes dos saqueadores simeonitas que, no reinado de Ezequias, fez uma expedição ao Monte Seir e atacou os amalequitas. (1 Crônicas 4:42).
  3. Pelatias, um dos chefes do povo e provavelmente o nome de uma família que selou a aliança com Neemias. (Neemias 10:22).
  4. Pelatias, filho de Benaias, um príncipe dos judeus contra quem Ezequiel profetizou e ele morreu imediatamente (Ezequiel 11:5-12).

Zorobabel

Zerobabel filho de Sealtiel, em hebraico זְרֻבָּבֶל, Semente da Babilônia, zerubbavel; em grego Ζοροβαβέλ, Zorobabel, foi um governador de Yehud, a Judá do período persa depois do exílio babilônico.

Teria sido um descendente de Davi (Ageu 1:1), neto de Jeoiaquim e antepassado de Jesus (Mateus 1:12-13; Lucas 3:27).

Sealtiel aparece como o pai de Zorobabel em várias passagens (Esdras 3:2, 8; 5:2; Ne 12:1; Ageu 1:1, 12, 14; 2:2, 23), exceto uma em que Zorobabel é chamado de “filho de Pedaías” (1 Crônicas 3:19).

Nos textos bíblicos de Esdras e Neemias, Zorobabel é retratado como líder e administrador entre os exilados judeus que retornaram da Babilônia para Judá. Embora não seja explicitamente mencionado com um título oficial, suas ações indicam sua função administrativa.

Zorobabel liderou um grupo de exilados de volta a Judá, desempenhou um papel fundamental na reconstrução do Templo em Jerusalém ao lado do sumo sacerdote Josué e foi fundamental para garantir que a reconstrução do templo continuasse sendo um assunto judaico.

O livro de Ageu refere-se a Zorobabel como um “governador”, sugerindo uma posição de autoridade, embora as especificidades dos seus deveres não sejam totalmente claras. No entanto, a obediência de Zorobabel à palavra profética foi crucial para catalisar os esforços de reconstrução, como evidenciado pelo seu papel na reconstrução do templo.

Interpretação de Ageu 2:20–23

Uma das passagens significativas relacionadas a Zorobabel é encontrada em Ageu 2:20–23, onde o profeta anuncia a escolha de Zorobabel pelo Senhor como Seu servo e o descreve como o “anel de sinete”. Esta passagem poderia indicar:

  1. Apelo à Rebelião: oráculo de Ageu pode ser interpretado como um apelo à rebelião contra os poderes políticos, prevendo a derrubada de regimes para restabelecer a Dinastia Davídica.
  2. Oráculo Escatológico: Alternativamente, a passagem pode ser vista como uma profecia escatológica, antecipando um futuro ato de libertação em vez de defender a rebelião.
  3. Oráculo para o Presente: oráculo é um chamado para aceitar as circunstâncias presentes enquanto espera glórias futuras através da intervenção divina. O papel de Zorobabel, nesta interpretação, é liderar a comunidade com fé e esperança.

A figura de Zorobabel também aparece em textos apócrifos como Siraque e 1 Esdras. Em Siraque, Zorobabel é elogiado por sua liderança e apreciado com um anel de sinete, simbolizando sua importância e autoridade. Em 1 (4) Esdras narra uma história conhecida como Conto dos Três Guardas, na qual Zorobabel emerge como um orador vitorioso (e um tanto misógino), recebendo a sanção real para reconstruir o Templo e devolver os vasos sagrados.

BIBLIOGRAFIA

Albertz, Rainer. Israel in Exile: The History and Literature of the Sixth Century bc. Translated by David Green. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2003.

Japhet, Sara. “Sheshbazzar and Zerubbabel—Against the Background of the Historical and Religious Tendencies of Ezra-Nehemiah.” Zeitschrift fur die alttestamentliche Wissenschaft 94 (1982): 66–98.

Kessler, John. “Haggai, Zerubbabel, and the Political Status of Yehud: The Signet Ring in Haggai 2:23.” Pages 102–19 in Prophets, Prophecy, and Prophetic Texts in Second Temple Judaism. Edited by Michael Floyd and Robert Haak. Library of Hebrew Bible/Old Testament Studies 427. New York: T&T Clark, 2006.

Lemaire, André. “Zorobabel Et La Judée À La Lumière De L’Épigraphie (Fin Du VIe S. AV. J.-C).” Revue Biblique 103, no. 1 (1996): 48–57.

Meyers, Eric M., and Carol L. Meyers. Haggai, Zechariah 1–8. Anchor Bible 25B. Garden City, N.Y.: Doubleday, 1987.

Rose, Wolter H. Zemah and Zerubbabel: Messianic Expectations in the Early Postexilic Period. JSOT Supplement 304. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2000.

Stern, Ephraim. Archaeology of the Land of the Bible: The Assyrian, Babylonian, and Persian Periods 732–332 bc. New York: Doubleday, 2001.

TERRA, Kenner; LELLIS, Nelson. Judaísmo e período persa : imaginários , textos e teologias . São Paulo : Recriar , 2021.