Rosemary Radford Ruether

Rosemary Radford Ruether (nascida em 1936) é uma teóloga e biblista cristã. Destacou-se na teologia feminista desde a década de 1970, vindo a desenvolver trabalho no ecofeminismo, que explora as conexões entre a dominação das mulheres e a exploração da natureza.

Ruether começou sua carreira acadêmica com graduação em línguas clássicas pelo Scripps College e doutorado em clássicos pela Claremont Graduate School. Mais tarde, obteve um segundo doutorado em teologia pela Pacific School of Religion. Ela ocupou cargos de professora em várias universidades, incluindo Howard University, Garrett-Evangelical Theological Seminary e Claremont Graduate University.

O pensamento teológico de Ruether é fortemente influenciado pela teologia da libertação e pelo movimento feminista. Argumenta que as estruturas patriarcais do cristianismo contribuíram para a marginalização das mulheres e a degradação do meio ambiente. Escreveu extensivamente sobre as interseções de gênero, raça e classe em teologia e ética, e tem sido uma forte defensora da justiça social e do ativismo ambiental.

As contribuições de Ruether para a teologia feminista incluem seu livro inovador “Sexism and God-Talk: Toward a Feminist Theology” (1983), no qual critica a teologia cristã dominante por sua exclusão das experiências e perspectivas das mulheres. Sobre ecofeminismo escreveu”Gaia and God: An Ecofeminist Theology of Earth Healing” (1992), que explora as conexões entre a opressão das mulheres e a exploração do meio ambiente.

Ao longo de sua carreira, Ruether tornou-se uma intelectual pública na conversa contínua sobre a relação entre religião, ética e justiça social. Foi reconhecida por suas contribuições com inúmeros prêmios e honrarias, incluindo o Prêmio Martin E. Marty da Academia Americana de Religião pelo Entendimento Público da Religião.

Albert Sydney Copley

Albert Sydney Copley, também conhecido como A.S. Copley, (1860-1945) foi um pioneiro pentecostal.

Nascido em Ohio, foi criado na Igreja Evangélica, também chamados de Albright Brethren, uma denominação anabatista-pietista alemã, e mais tarde tornou-se ministro da Aliança Cristã e Missionária após sua ordenação.

Em 1906, Copley experimentou o batismo no Espírito Santo e tornou-se um propagador do movimento pentecostal. Em 1907, Copley mudou-se para Kansas City, Missouri, onde pastoreou a The Christian Assembly, uma igreja pentecostal. Ele também se tornou o editor associado da revista The Pentecost, trabalhando ao lado de J. Roswell Flower. Quando Flower mudou-se para casar, Copley assumiu como o único editor e renomeou a revista Grace and Glory em 1911.

Copley publicou Grace and Glory Carols em 1918, que incluía muitos hinos que ele havia escrito. Seu ministério teve um impacto significativo no desenvolvimento de muitas assembléias da Graça Pentecostal que mantêm doutrinas de acordo com seus ensinamentos, principalmente na região central dos Estados Unidos.

Copley também colaborou com o trabalho pentecostal italiano na cidade e orientou o ancião Alexander Mauriello.

Foi pioneiro na doutrina da Obra Consumada, doutrina a qual pregou antes de William Durham. Copley faleceu em Kansas City, deixando para trás um legado duradouro no movimento pentecostal como ministro, editor e escritor de hinos.

J. Denny Weaver

J. Denny Weaver (nascido em 1946) é um teólogo americano e professor emérito de Religião na Bluffton University.

Nasceu em Hutchinson, Kansas. Obteve seu PhD em Religião pela Universidade de Chicago.

Contribuiu ao conceito teológico de não violência e pacifismo, particularmente em seu livro “The Nonviolent Atonement”, publicado em 2001. Neste trabalho, argumenta que o foco da teologia baseada na violência e na ideia de que a morte de Jesus era necessária para expiar o pecado humano perpetua um ciclo de violência e reforça estruturas de poder opressivas.

A visão alternativa de expiação de Weaver centra-se na ideia da “narrativa Christus Victor“, que vê a vida e os ensinamentos de Jesus como uma forma de vencer os poderes do pecado e do mal. J. Denny Weaver demonstra a integralidade da justiça social e da pacificação na teologia e na prática cristã.

Outros trabalhos ​​de Weaver incluem “Becoming Anabatist” e “The Ethics of Nonviolence”, ambos os quais exploram a interseção da não-violência e do cristianismo. Suas contribuições para o discurso teológico foram influentes nas tradições anabatista e menonita, bem como em conversas mais amplas sobre o papel da religião na promoção da paz e da justiça.

James William McClendon

James William McClendon Jr. (1924-2000) foi um teólogo batista americano, com contribuições à teologia sistemática, ética e filosofia da religião.

McClendon foi professor de teologia no Seminário Teológico Fuller, na Universidade de Notre Dame e no Seminário Bíblico Menonita. A perspectiva teológica de McClendon foi influenciada por sua herança batista e anabatista.

Foi o autor de várias obras, incluindo “Ética: Teologia Sistemática, Volume 1”, “Doutrina: Teologia Sistemática, Volume 2” e “Testemunha: Teologia Sistemática, Volume 3”. O trabalho combinava ênfases na narrativa, comunidade e tradição no desenvolvimento da teologia cristã. Procurou integrar a teologia com preocupações sociais e éticas.

McClendon Jr. teve um diálogo significativo com a teologia anabatista, tanto na teologia narrativa quanto em seu envolvimento com a tradição menonita. Ele foi inspirado pelos princípios anabatistas do discipulado, comunidade e não-violência, e procurou incorporar esses temas em sua própria teologia. McClendon defendia a reflexão teológica dentro do contexto de uma comunidade específica, que ressoou com a eclesiologia anabatista. Colaborou com teólogos anabatistas como John Howard Yoder, e seu trabalho influenciou o desenvolvimento da teologia neo-anabatista nos Estados Unidos.

Bernard Ramm

Bernard Ramm (1916-1992) foi um teólogo e apologista batista americano, aderente do evangelicalismo.

Um pioneiro em fundamentar o pensamento evangelical em bases racionais, discutiu a relação entre fé e razão. Ramm foi professor no California Baptist Theological Seminary e na Baylor University School of Theology.

Ramm fazia parte da mesma geração que no início da década de 1940 emergiu como novo-evangelicalismo, junto com muitos jovens intelectuais, como Charles F. H. Henry, Edward John Carnell e Harold J. Okenga, distinguindo-se dos fundamentalistas.

A teologia de Ramm enfatizou a importância do rigor intelectual na defesa da fé cristã. Criticou a tendência de priorizar a experiência religiosa subjetiva sobre a argumentação racional.

Nos estágios iniciais do envolvimento de Ramm com a ciência e as Escrituras (1946-1950), possuía uma visão crítica acerca da ciênca. Examinou as limitações do conhecimento científico e criticou a teoria evolucionista, afirmando que as hipóteses científicas devem estar alinhadas com a consistência lógica e as implicações materiais. Ramm defendeu uma perspectiva que permitia lacunas no registro geológico, enfatizando uma forma de criação onde Deus interveio de forma intermitente, contrastando com os processos evolutivos.

Mais tarde, passou para uma fase concordante (1950-1957). Ramm buscou uma relação harmoniosa entre o cristianismo e a ciência. Ele reconheceu a importância de interpretar a Bíblia à luz do seu contexto cultural e pré-científico. O “concordismo moderado” de Ramm propôs uma interpretação não literal do relato da criação em Gênesis, enfatizando a compatibilidade entre registros geológicos e amplas narrativas bíblicas.

Seu trabalho seminal, “A Visão Cristã da Ciência e das Escrituras” (1954), apresentou seu pensamento crítico e marcou um afastamento de uma interpretação literalista do Gênesis. Ramm, influenciado por Karl Barth, fez a transição do evidencialismo para a apologética pressuposicional, compartilhando semelhanças com Edward John Carnell.

O envolvimento de Ramm com a ciência foi notável por sua rejeição da “geologia da inundação” e do criacionismo da terra jovem, em vez disso, defendendo uma perspectiva criacionista progressiva. Sua abordagem concordante buscava a harmonia entre o cristianismo e a ciência, enfatizando que a Bíblia não pretendia ensinar teorias científicas definitivas. O concordismo moderado de Ramm sugeria que o Gênesis e a geologia poderiam contar uma história semelhante sem uma adesão estrita a uma criação literal de seis dias.

Considerava que a criação foi revelada em seis dias, não realizada em seis dias. Os seis dias seriam dias de revelação da intervenção cosmogônica de Deus, não dias literais nem dias de eras. Os dias em Gênesis comunicam ao ser humano o grande fato de que Deus é o Criador e de que Ele é o Criador de tudo.

Mais tarde em sua carreira, já nos fins dos anos 1950s, Ramm abraçou uma visão contextual das Escrituras, enfatizando a importância de compreender as passagens bíblicas dentro de seu contexto cultural. Esta abordagem visava reconciliar os aparentes conflitos entre a ciência e as Escrituras, permitindo diversas interpretações, mantendo ao mesmo tempo a essência teológica da mensagem bíblica.

Nessa fase madur, argumentou que a revelação e a ciência, quando compreendidas dentro de suas estruturas distintas, não precisam estar em conflito. Ramm enfatizou que a Bíblia não pretendia ensinar ciência, mas sim comunicar verdades teológicas dentro das perspectivas culturais de seus autores.

A jornada intelectual de Ramm, do engajamento crítico ao concordismo e depois a uma visão contextual, refletiu seu compromisso com estudos rigorosos e uma compreensão diferenciada da intersecção entre fé e ciência. A sua influência estendeu-se para além dos círculos teológicos, impactando os cientistas evangélicos e encorajando uma resposta cristã ponderada aos avanços científicos.

BIBLIOGRAFIA
Ramm, Bernard. “Protestant Biblical Interpretation: A Textbook of Hermeneutics” (1956)

Ramm, Bernard. “The Christian View of Science and Scripture” (1954).