Carvalho de Mamre

O Carvalho de Mamre é um local significativo associado ao patriarca bíblico Abraão, mencionado no livro de Gênesis como o lugar onde ele habitou, construiu um altar (Gênesis 13:18), recebeu notícias sobre o sequestro de Ló (Gênesis 14:13–14) e foi visitado por Yahweh e dois outros seres divinos (Gênesis 17). Localizado perto de Hebron, na Cisjordânia, o local é tradicionalmente venerado como o “Carvalho de Abraão”.

Contexto Histórico e Localização

O Carvalho de Mamre, também chamado Carvalho de Sibta, está situado em Khirbet es-Sibte, nos terrenos do Mosteiro da Santíssima Trindade e Igreja dos Santos Antepassados, pertencentes à Igreja Ortodoxa Russa fora da Rússia. A árvore antiga, da espécie Quercus coccifera, aparentemente morta, ainda possui um broto jovem ao lado de seu tronco. Este local é distinto do antigo sítio de Mamre, identificado em períodos anteriores em Ramat al-Khalil, alguns quilômetros ao norte da localização atual.

Ao longo dos séculos, a localização tradicional do Carvalho de Mamre mudou. Até meados do século XII, era associada a outro local, conforme registrado por historiadores cristãos, como Eusébio e Jerônimo, e por peregrinos como Arculf e Abade Daniel. No entanto, após essa época, a tradição mudou para o local atual, próximo ao mosteiro. O terreno foi adquirido em 1868 por Antonin Kapustin para a Igreja Ortodoxa Russa, e desde então, tornou-se um importante destino de peregrinação para fiéis, especialmente russos.

A árvore principal começou a mostrar sinais de deterioração nos anos 1990, e seu tronco principal caiu em 2019. No entanto, um broto jovem surgiu em 1997 e continua a crescer. Uma tradição de longa data afirma que o Carvalho de Abraão morrerá antes da chegada do Anticristo. Projetos botânicos recentes têm buscado preservar o tronco da árvore e sustentar o crescimento do broto.

Eliezer

O nome Eliezer, em hebraico: אֱלִיעֶזֶר, “ajuda de Deus”, refere-se a três personagens distintos na Bíblia:

  1. Eliezer de Damasco era o servo-chefe da casa do patriarca Abraão, mencionado no Livro de Gênesis 15:2. Segundo o Targum, Eliezer seria filho de Nimrod. Ele é descrito como o mordomo e possível herdeiro de Abraão antes do nascimento de Isaque, sendo chamado de “o damasceno Eliezer”. Em algumas tradições judaicas, como Bereshit Rabbah, interpreta-se que Eliezer acompanhou Abraão na missão de resgatar Ló. A tradição identifica Eliezer com o servo anônimo que busca uma esposa para Isaque, sugerindo que teve papel fundamental na continuidade da linhagem de Abraão.
  2. Eliezer, o segundo filho de Moisés e Zípora. Seu nome significa “Ajuda do meu Deus” em referência ao auxílio divino que Moisés recebeu ao fugir do faraó, conforme registrado em Êxodo 18:4. Ele nasceu após Moisés se refugiar em Midiã e casar-se com Zípora, filha de Jetro. Eliezer, junto com seu irmão Gersom, representa a nova vida de Moisés fora do Egito e sua conexão com a fé em Deus.
  3. Eliezer, o Profeta. Filho de Dodavá, foi um profeta durante o reinado de Josafá, rei de Judá. Ele advertiu Josafá por aliar-se a Acazias, rei de Israel, em uma empreitada comercial com navios que partiriam de Eziom-Geber para Társis. Em 2 Crônicas 20:37, Eliezer profetiza a destruição das embarcações como punição pela falta de confiança no Senhor, e os navios de fato naufragaram antes de zarpar.

Apocalipse de Abraão

O Apocalipse de Abraão é um livro apócrifo que descreve a visão de Abraão do reino celestial e sua conversa com Deus sobre a natureza da criação, a humanidade e a vinda do Messias. O texto inclui descrições vívidas de seres angélicos e seus papéis no cosmos, e reflete sobre os temas de fé, sofrimento e redenção.

O Apocalipse de Abraão, preservado na literatura em eslavo eclesiástico, consiste em duas partes. A primeira narra uma história midráshica sobre a conversão de Abraão da idolatria. A segunda é uma revelação apocalíptica recebida por Abraão sobre o futuro de seu povo após ascender aos céus com o arcanjo Jaoel.

O livro salienta o judaísmo e pode ter sido escrito em hebraico ou aramaico no século I d.C. ou início do século II dC. Possui evidências de popularidade precoce e possivelmente está conectado aos círculos essênios ou ebionitas antes de ser possivelmente adaptado por grupos gnósticos. A parte apocalíptica versa sobre o sacrifício e transe de Abraão, revelando os destinos de seus descendentes.

BIBLIOGRAFIA

Versão inglesa do Apocalipse de Abraão