Selo de Shema

Réplica do original encontrado em Megido em c. 1904.

A inscrição em escrita paleo-hebraica diz: “[pertencente] a Shema, servo de Jeroboão”. Provavelmente, trata-se do rei Jeroboão II .

O original foi feito no século VIII a.C. em jaspe, possuia formato escaraboide, de 3,7 x 2,7 x 1,7 cm.

Foi descoberto na escavação de Megido, realizada entre 1903 e 1905, em nome da Sociedade Alemã para o Estudo da Palestina por Gotlieb Schumacher, um engenheiro que vivia em Haifa. Foi encontrado acidentalmente no lixo da escavação, não em um nível estratificado, o que dificultou a datação.

O selo foi perdido a caminho do Museu de Istambul. Mas, sobrevive uma impressão em bronze feita antes de seu envio. Os sinais de impressão sobre papiro indicam que esse suporte material era comum na região nessa época.

Foram encontrado vários outros selos com ‘bd hmlk, “servo do rei “. Isso possibilita que “servo do rei” fosse um título de algum oficial dos reis de Israel e Judá (cf. 1 Re 1:47; 2 Re 5:6; 22:12; 25:8).

Amarna

Tel el-Amarna é o sítio arqueológico da antiga Akhetaton, a capital do Egito no século XIV a.C. durante o reinado de Amenhotep IV.

As cartas de Amarna são uma coleção de 382 tabuletas cuneiformes do século XIV a.C. da correspondência entre vários governantes do Antigo Oriente Próximo e dos faraós egípcios do Novo Império Amenhotep III, Amenhotep IV (Akhenaton), Smenkhkara e Tutankhamon.

O reinado de Akhenaton (1353-1336 aC), conhecido como ‘o faraó herege’ foi marcado por amplas reformas religiosas que resultaram na supressão das crenças politeístas e na elevação de seu deus pessoal Aton à supremacia.

Os templos de todos os deuses, exceto os de Aton, foram fechados, as práticas religiosas foram proibidas ou severamente reprimidas e a capital do país foi transferida de Tebas para a nova cidade do rei, Akhetaton (Amarna). Efetivamente, foi a primeira religião monoteísta de estado da história.

Em 1887 uma mulher local que estava cavando no barro em busca de fertilizante descobriu essas tábuas cuneiformes de argila. Elas contém 350 correspondências do Egito com a Assíria, Hatti, Mitanni, Babilônia e cidades-estados do Levante. Há referências a várias cidades cananeias mencionadas na Bíblia, dentre eles a carta a ‘Abdi-Heba, rei de Jerusalém. Em outras 32 tabuletas são exercícios de treinamento escribal, com valiosos textos literários como o conto de Adapa. Esses documentos fornecem uma janela para as relações internacionais da Idade do Bronze tardia.

O período de Amarna pode ser considerado a época da primeira globalização. Mercadorias do Extremo Oriente eram trocados via o Oceano Índico. O Egito comercializava comnos hititas. Há indícios de uma integração que envolvia toda a Bacia do Mediterrâneo.

Além de providenciar informações sobre o contexto bíblico, o período de Amarna fornece O grande hino a Aton ou Aten que apresenta paralelismo com o Salmo 104. As hipóteses de que o monoteísmo israelita seja devedor do monoteísmo da Reforma de Akehnaton hoje são desconsideradas: ontologicamente, Aton e Yahweh possuem atributos distintos.

Personagens importantes da história egípcia — Akhenaton, Nefertiti, Tutankhamon– viveram no período de Amarna.

BIBLIOGRAFIA

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LeMon, Joel M. “Egypt and the Egyptians” em Arnold, Bill T. and Brent A. Strawn eds. The World Around the Old Testament: The Peoples and Places of the Ancient Near East. Grand Rapids: Baker, 2016.

Moran, W.L. The Amarna Letters. John Hopkins University Press, 1992.

Pritchard, James B., ed., The Ancient Near East – Volume 1: An Anthology of Texts and Pictures, Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1958

The Amarna Project

Inscrições proto-alfabéticas

As inscrições proto-alfabética são registros epigráficos (em superfícies duras) de inscrições em rocha (rupestre), objetos de metais ou em óstracas (cacos de cerâmicas) datados da Idade do Bronze ou do início da Idade do Ferro com sinais que possivelmente antecedem as escritas semíticas e o plenamente desenvolvido abjad (alfabeto) fenício ou paleo-hebraico.

As principais inscrições encontram-se na Península do Sinai e no sul do Egito. Inscrições dessa fase e semelhantes mas em território mais central ou ao norte na Palestina são chamadas de inscrições proto-cananeias ou proto-cananeu.

A falta de padronização dos caracteres, a ausência de textos longos, a ausência de abecedários indicam uma cultura parcialmente letrada e limitada a usos epigráficos.

Seguem as apresentações das inscrições antigas proto-alfabéticas e outras transicionais.

Wadi el-Hol

O sítio arqueológico de Wadi el-Ḥol consiste de um conjunto de inscrições rupestres e vestígios dos caravançarás na rota da estrada Farshut, entre a antiga Tebas e Abidos, no sul do Egito.

As inscrições variam dos períodos pré-dinástico ao copta, sendo a maioria pertencente ao Império Médio (ca. 2050 – 1750 a. C.). A maioria das inscrições registra nomes e títulos, mas outras são mais longas com textos religiosos e literários.

Em 1999 foi anunciada a descoberta de duas inscrições relevantes para a história da escrita. As inscrições WHRI 08 e WHRI 01 podem ser datadas do reinado de Amenemés III (c.1839-c.1815 a.C) e teriam sido escritas por estrangeiros (mercenários ou mercadores) semíticos. As inscrições possuem caráter acrofonéticos, visivelmente derivados da escrita egípcia. Contudo, o caráter esparso dos caracteres impedem a leitura como um texto, embora haja algumas tentativas conjecturais de interpretação. Pelas semelhanças com as inscrições proto-sinaíticas e com as posterior escrita fenícia, é possível que sejam inscrições semíticas.

Proto-sinaítico

O proto-sinaítico são cerca quarenta inscrições e fragmentos, entre 27 e 29 caracteres de uma língua pouco atestada, mas definitivamente da família semítica, datadas de entre c.1600 e 1500 a.C.

A maioria das inscrições proto-sinaíticas foi encontrada em Serabit el-Khadim, uma montanha de difícil acesso na Península do Sinai. Lá, na fase final da Idade do Bronze, houve uma mina templo egípcio dedicado a Hathor.

As primeiras dez inscrições foram descobertas em 1905 por William Flinders Petrie. Em 1916 Alan Gardiner decifrou os primeiros caracteres, descobrindo valores fonéticos pelo princípio da acrofonia. Por esse princípio, o som inicial do objeto representado por cada signo dá seu valor fonético.

Inscrições proto-canaanita

Várias inscrições breves em caracteres proto-cananeus ou proto-fenício foram encontrados em Siquém, Gezer, Tel al-Ḥāsī, Tel al-ʿAjūl, Tel Zayit, Beth-Shemesh, Megiddo, Tel Rehov, Tell Beit Mirsim e Láquis. As datas propostas para essas inscrições variam do século XV a.C. ao IX a.C.

Tel el-Hesi (al-Ḥāsī ou el-Hesy) é um dos primeiros e principais sítios arqueológicos escavado na Palestina. Foi explorado por William Flinders Petrie (1890) e Frederick Jones Bliss (1891-1892). Identificado, sem sucesso, com as localidades bíblicas de Láquis e Eglom, durante a Idade do Bronze teria chegado a 100 mil m2 de área urbana. Em um caco de cerâmica foram identificados três caracteres que aparentam ser contemporâneos de fragmentos de Tel el-Saren (fragmento de Rehov) com seis letras reconhecíveis, ambas datando de 1400 a.C.

A inscrição de Tel es-Safi foi encontrada em 2005 na possível cidade bíblica de Gate, em território filisteu. A data da inscrição é da Idade do Ferro IIA (1000–925 aC). Fragmentos cerâmicos contém sete caracteres proto-cananeus.

Um dos candidatos mais antigos a uma escrita alfabética é um escaravelho de Tel Abu Zureiq, no vale de Jezreel. Encontrado em uma tumba da Idade do Bronze e datado da 13a-15a dinastias. Em seu lado chato aparece um homem e quatro signos que não há consenso se são hieroglíficos ou alfabéticos.

O caco de Gezer foi descoberto em 1929 com três caracteres. Tanto por razões de estratigrafia quanto pelo estilo da cerâmica é difícil datar o artefato. Também em Tel Gezer um conjunto de jarros contém iniciais com um único caracter. Igualmente, são de datas incertas.

A rocha de Zayt, encontrada em 2005, no sítio arqueológico de Tel Zayit, na Sefelá, contém um série de caracteres que foram interpretados como o mais antigo abecedário completo em paleo-hebraico ou proto-cananeu, ainda que com pequena variação na ordem.

A placa de Siquém também possui um potencial para ser testemunho da escrita alfabética na idade do Bronze, pois há uma figura de homem com um manto pesado típico da época.

O jarro de Tel Nagila descoberto na década de 1960 é outro candidato a antiga inscrição alfabética, mas com datação incerta.

Em 2020 foi publicado um caco de um jarro encontrado em Khirbet al-Ra‘i com nítidos caracteres proto-cananeus datados do século XI a.C. É chamado de “jarro de Jerubaal” pela possível leitura desse nome. Os caracteres completos são somente R-B-‘-L, o que permite diversas leituras.

‘Izbet Sartah Ostracon

Descobertos em 1976 em um sítio que pode ter sido a Ebenezer bíblica e são datados de entre os séculos XIII e XII a.C. São já inscritas em paleo-hebraico ou fenício arcaico e aparentam ser um exercício de alfabetização, com um possível indicação de um abecedário na ordem usual semítica. A semelhança dos caracteres permite inferir uma fase intermediária entre as inscrições proto-alfabéticas e a escrita fenícia padronizada.

Pontas de Flecha de al-Khadr

Cinco pontas de flecha, inscritas com letras do alfabeto fenício arcaico ou cananeu antigo, foram encontradas perto de Belém e publicadas entre 1954 e 1980. Datados de cerca de 1100 –1050 a.C, essas inscrições fornecem testemunho tanto da alfabetização quanto da religião da deusa Leoa na região, pois é recorrente a frase ‘Abd-labi’t (“servo da Leoa”), expressão que também ocorrem em Ugarit.

O uso restrito no espaço e tempo dessas inscrições em pontas de flechas foi interpretado como uma moda local ou um uso ritual (belomancia, cf. Ez 21:21).

Também atesta uma fase transicional entre a escrita proto-sinaítica e o abdjad fenício.

Tel Lachish

No sítio arqueológico de Láquis (Tel Lachish), no sul da Judeia, há alguns artefatos que atestam a transição do proto-alfabeto sinaítico para a escrita fenícia ou cananeia e com características da escrita hierática egípcia.

Um fragmento de um vaso cerâmico recipiente de leite originário do Chipre (White Slip II), datado do século XV, foi anunciado em 2021 como uma transição da escrita hierática e o proto-sinaítico ou proto-cananeu.

Nesse sítio foi encontrado o Punhal ou Adaga de Láquis (n.33) em no túmulo 1502 em 1934. No local há uma inscrição do nome de Ramsés III. A adaga de bronze exibe quatro sinais que poderiam ser alfabéticos.

Considerações

As inscrições proto-alfabéticas semíticas atestam a origem da escrita a partir de decodificações populares dos caracteres hieroglíficos e hieráticos egípcios. Essa apropriação leiga provavelmente aconteceu durante o Império Médio Egípcio e propagou-se pelo Levante no final Idade Média do Bronze e no Segundo Período Intermediário egípcio, época dos hicsos no norte do Egito. Somente a partir da Idade do Ferro inicial que essas escritas popularizaram em território cananeu.

As inscrições não atestam o uso de um abecedário, como acontecem com os cuneiformes ugaríticos (século XIV) e, disputadamente, os abecedários semíticos da Idade do Ferro (século XII a.C. para ‘Izebt Sartath e c.1000 a.C. para os abecedários de Abecedário de Zaiyt e Inscrição de Ophel).

A direção da escrita e a orientação dos caracteres não aparecem padronizados nas inscrições proto-alfabéticas. Frequentemente os mesmos caracteres aparecem em direções diferentes dentro de uma única inscrição. Mais tarde, a padronização linear da escrita permitiu aos povos semíticos do Levante a elaborar textos mais longos e complexos. No caso da escrita proto-alfabética a falta de padronização demonstra uma transmissão folk e criativa, indicando a perspicácia de seus inscritores em reproduzir — de uma forma adaptada para seu horizonte linguístico — a complicada escrita egípcia. Atesta também a inexistência de uma cultura escribal, com suas padronizações e meios formais de transmissão da cultura letrada.

As inscrições proto-alfabéticas demonstram a antiguidade da escrita abjdad e da existência de cultura semi-letrada epigráfica. A continuidade desse modelo de letramento ocorre, por vezes, nos mesmos sítios, com sobreposições de outras escritas (copta, grega, romana, thamúdica, tifinagh). Contudo, não há correlação causal necessária entre desenvolvimento de escrita epigráfica e a emergência de um corpus de literatura escrita. Os exemplos do árabe do norte (thamúdico e safaítico) e do bérbere (tifinagh) atestam uma preferência oral por milênios para a transmissão de uma complexa literatura mesmo quando a sociedade já era conhecedora do alfabeto.

BIBLIOGRAFIA

Darnell, John Coleman, F. W. Dobbs-Allsopp, Marilyn Lundberg, P. Kyle McCarter, e Bruce Zuckerman. Two early alphabetic inscriptions from the Wadi el-Hôl: New evidence for the origin of the alphabet from the Western Desert of Egypt. Annual of the American Schools of Oriental Research 59. Boston: American Schools of Oriental Research. 2005

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Naʾaman, N.. Egyptian centres and the distribution of the alphabet in the Levant. Tel Aviv 2020, 47: 29–54. https://doi.org/10.1080/03344355.2020.1707449

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Woods, Christopher, and Christopher E. Woods. Visible language: inventions of writing in the ancient Middle East and beyond;[in conjunction with the Exhibition Visible Language: Inventions of Writing in the Ancient Middle East and Beyond]. Oriental Institute of the University of Chicago, 2010.

Maximalismo e minimalismo

Nos estudos bíblicos, maximalismo e minimalismo referem-se a duas abordagens opostas para a interpretação histórica dos textos bíblicos.

O maximalismo considera que os textos bíblicos contêm uma quantidade significativa de informações históricas e que geralmente são fontes confiáveis para entender a história do antigo Israel. Os maximalistas geralmente presumem que os textos bíblicos foram escritos ou compilados por autores que tiveram acesso a fontes confiáveis de informação e que os próprios textos refletem uma realidade histórica.

O conhecido como o fundador da arqueologia bíblica William F. Albright era um proponente do maximalismo. Albright acreditava que os eventos históricos descritos na Bíblia poderiam ser verificados por meio de evidências arqueológicas. Seu aluno George Ernest Wrigh também acreditava na precisão histórica da Bíblia e na confiabilidade do registro bíblico. Por vezes, são chamados de Escola Albrighteana.

Em contraste, o minimalismo é a visão de que os textos bíblicos contêm muito pouca informação histórica e que não são confiáveis como fontes para a compreensão da história do antigo Israel. Os minimalistas geralmente presumem que os textos bíblicos foram escritos ou compilados muito tempo depois dos eventos que pretendem descrever, e que refletem preocupações teológicas e ideológicas em vez de uma realidade histórica. Seus proponentes são chamados de Escola de Copenhague. Seu expoente Thomas L. Thompson argumentou que a Bíblia é em grande parte uma obra de ficção que foi criada muito depois dos eventos narrados. Philip R. Davies é outro proeminente minimalista, para quem a Bíblia deveria ser lida como um produto de seu tempo, e não como um registro histórico. Niels Peter Lemche situa a redação da Bíblia como um produto do período persa e que muitas das histórias que ela contém são baseadas em mitos e lendas anteriores.

Vale a pena notar que a dicotomia maximalista/minimalista não é universalmente aceita. Muitos estudiosos não se encaixam em nenhum dos campos. Além disso, existem outras abordagens aos estudos bíblicos além do maximalismo e do minimalismo, como a crítica literária, a crítica feminista e a crítica pós-colonial, para citar apenas algumas.

Uma abordagem média é a de Israel Finkelstein. Embora não seja um maximalista no sentido estrito, Finkelstein é frequentemente associado à posição maximalista por causa de sua ênfase no contexto histórico da Bíblia e sua crença de que grande parte da narrativa bíblica seja baseada em eventos reais.

Óstracas de Láquis

Essas óstras do início do século VI a.C. são breves relatórios da fortificação da cidade de Laquis antes de ser destruída pelo rei babilônico Nabucodonosor.

As Cartas de Láquis, descobertas em 1935, constituem um conjunto de ostraca escritos em hebraico clássico e datados do século VII a.C. Esses documentos fornecem informações sobre os eventos que cercaram a queda do Reino de Judá e a destruição do Templo em Jerusalém. Localizadas em Tell al-Duwayr, a antiga Láquis ou Lachish, as cartas abordam questões administrativas, militares, sociais e religiosas do período.

As cartas foram produzidas em um período de instabilidade em Judá, anterior à invasão babilônica que resultou na destruição de Jerusalém em 586 a.C. Láquis, como uma das últimas fortalezas judaicas, desempenhava uma função estratégica nas comunicações militares. A correspondência inclui mensagens do comandante Hoshaiah, responsável por um posto avançado ao norte de Láquis, enviadas a Ya’osh, governador militar da cidade. Os textos refletem a situação crítica enfrentada à medida que o avanço babilônico se intensificava.

Os ostraca contêm diferentes tipos de textos, como listas de nomes, documentos comerciais e correspondências oficiais. Entre os fragmentos preservados, há uma mensagem que demonstra a preocupação com a paz em um contexto de conflito:

“A meu senhor Ya’osh. Que Yahweh faça meu senhor ouvir as notícias de paz, mesmo agora, mesmo agora. Quem é seu servo senão um cão que meu senhor deve lembrar-se de seu servo?”

As cartas documentam interações entre líderes militares e incluem expressões idiomáticas, como o juramento “ḥyhwh” (“como Yahweh vive”). Referências a profetas sugerem que elementos religiosos estavam presentes nas comunicações administrativas.

As Cartas de Láquis são uma fonte primária para o estudo da história de Judá. Elas oferecem evidências da vida cotidiana no período e corroboram relatos bíblicos, como os encontrados no livro do profeta Jeremias. A menção à cidade de Láquis nas cartas é relevante, dado seu papel como uma das últimas cidades a resistir antes da queda de Jerusalém.

A descoberta dessas cartas contribui para a compreensão da organização política, militar, religiosa e social da época. Também mostram que os escribas de Judá registravam mensagens proféticas como parte de suas atividades administrativas.