Papiro 967

O Papiro 967 é um códice da versão Old Greek (Septuaginta) dos livros de Ezequiel, Daniel e Ester, escrito por volta de 200 d.C.

A descoberta do papiro foi anunciada no New York Times em 1931, mas os detalhes da descoberta e proveniência não são claras. Supõe-se que foi encontrado em Afroditópolis.

É composto por 59 folhas, o que corresponde a 118 folhas abertas ou 236 páginas. Cada folha mede aproximadamente 344 × 128 mm. As páginas foram escritas em uma coluna com uma média de 42 linhas em uma escrita uncial quadrada.

É distinguível diferentes escribas para Ezequiel e para Daniel e Ester. Há, também, várias correções posteriores. O texto contém nomina sacra, bem como sinais de texto crítico para indicar as leituras de acordo com a recensão de Theodotion.

O livro de Daniel já continha uma divisão de capítulos em letras gregas. Esses números, inseridos como subscriptio, não foram acrescentados posteriormente, mas já estavam presentes no texto original.

O colofão no final do livro de Daniel deseja: “Paz para quem escreveu e para quem lê”.

Papiros de Hermópolis

Os papiros aramaicos de Hermópolis (Ashmunein, Egito), similares e contemporâneos aos papiros de Elefantina, são cartas enviadas de residentes de Mênfis para parentes ou amigos em Assuã e Luxor, bem como documentos públicos e pessoais.

A cidade de Hermópolis estava localizada na margem oeste do Nilo, no Alto Egito. Na margem oposta estava Antinoópolis, uma cidade fundada em 130 d.C. por Adriano em homenagem ao seu jovem amigo Antinoos, que se afogou em circunstâncias misteriosas em uma viagem pelo Nilo com o imperador.

Oito papiros aramaicos datam do final do século VI ou início do século V a.C. Foram encontrados em 1945 no templo Ibis durante as escavações de Sami Gabra. Somente seriam publicados em 1966 por Edda Bresciani e Murad Kamil, da Universidade do Cairo, instituição que mantém os papiros.

A maior parte dos papiros encontram-se na Berliner griechische Urkunden (Berlin Collection, a coleção de Berlim). Esses, cerca de 80 foram publicados.

BIBLIOGRAFIFA

Herwig Maehler, Urkunden aus Hermupolis (BGU XIX). Archiv für Papyrusforschung und verwandte Gebiete, 19. München/Leipzig: K.G. Saur, 2005.

Papiros de Wadi Daliyeh

Os papiros de Wadi Daliyeh, datados entre 375 a 335 a.C., são 18 documentos parcialmente legíveis, além de 128 selos e bulas de argila, oriundos de Samaria no período Persa.

Demostra a formação de um governo hereditário na região da Samaria pré-helenista. A maioria consiste de documentos de venda de escravos, além de um contrato de empréstimo, um processo civil, e outros contratos.

Foram descobertos em 1962 na caverna de Abu Shinjeh. Junto dos documentos estavam os ossos de 205 indivíduos, possivelmente de samaritanos fugitivos das represálias de Alexandre, o Grande, depois do assassinato de seu sátrapa Andrômaco.

Vários selos contém a fórmula “[Yesha’]yahu filho de [San]balate, Governador de Samaria”.

Esses achados corroboram a (confusa) narrativa de Flávio Josefo sobre o santuário dos samaritanos (História dos Hebreus 11.302–312; 11.321–325). Outra contribuição é que atesta um governador de Samaria chamado Sanbalate no século V a.C..

VEJA TAMBÉM

Óstracos de Samaria

Papiros de Karanis

Karanis foi um assentamento greco-romano em Fayum, Egito. A missão arqueológica da Universidade de Michigan escavou no local de 1924 a 1935, recuperando papiros documentais e literários.

Uma das principais figuras ligadas a essa missão arqueológica foi David Askren (1875-1939). Askren foi um médico missionário presbiteriano que se instalou no norte do Egito em 1899. Por tratar de trabalhadores rurais egípcios, soube da prática de os camponeses escavarem ruínas em busca de fertilizantes. Askren acabou desenvolvendo relacionamentos com trabalhadores e negociantes egípcios locais e se tornou um canal para a venda de manuscritos.

Obteve materiais que agora estão no Smithsonian, Universidade de Columbia, Princeton, Yale, na Universidade de Michigan, na Biblioteca Pierpont Morgan em Nova York e Luther College em Iowa.

Entre os papiros descobertos em Karanis encontram-se vários fragmentos tanto do Antigo Testamento grego quanto do Novo Testamento.

BIBLIOGRAFIA

Wilfong,  Terry G.; Ferrara, Andrew W. S. Karanis Revealed: Discovering the Past and Present of a Michigan Excavation in Egypt. Kelsey Museum publications, 7. Ann Arbor, MI: Kelsey Museum of Archaeology, 2014.

Papiros de Afroditópolis

Afroditópolis (Afrodites Polis ou Aphroditopolis) é o nome grego de vários lugares no antigo Egito. No caso, os papiros encontrados em Afroditópolis é a localidade também chamada Pathyris (El-Gabalein). O sítio arqueológico de Naga el-Gherira está localizado a cerca de 32 quilômetros ao sul de Luxor (antiga Tebas), na margem ocidental do Nilo.

Era um centro de culto a Hator, a quem os gregos identificaram com Afrodite e visitada por Estrabão.

Uma necrópole do período ptolomaico forneceu vários papiros e óstracos gregos e demóticos. Entre 1890 e 1930 esses materiais foram descobertos. Entre eles está o arquivo do mercenário Horos, filho de Nechoutes, e o arquivo de Dryton e Apollonia.

No reinado de Ptolomeu VI Filometor, foi criado um acampamento militar após a rebelião tebana de 186 aC. As forças rebeldes destruíram a base em 88 aC., depois disso, não foi mais ocupado em larga escala.

Os papiros de Afroditópolis não devem ser confundidos com os papiros de Afrodito.

Bell, Harold Idris. “The Aphrodito Papyri.” The Journal of Hellenic Studies 28.1 (1908): 97-120.