- Tirza, תִּרְצָה aprazível, é uma das filhas de Zolefeade.
- Tirza também foi uma cidade situada cerca 10 km a leste de Samaria. É mencionada pela primeira vez como um local conquistado pela campanha de Josué 12:24. Tornou-se a capital do Reino do Norte provavelmente por escolha de Jeroboão I até o tempo de Onri (1Rs 16:6,15-1; 8,23; Ct 6: 4). Provavelmente, localizava-se no termo da Tirza homônima, filha de Zolefeade. Hoje é identificada como Tell el-Far’ah, a nordeste de Nablus.
Tag: Reino de Israel
Batalha de Carcar
A batalha de Carcar (ou Qarqar), datada no sexto ano de reinado de Salmaneser III (COS 2.113B), foi uma batalha que ocorreu em 853 a.C. entre os assírios e uma coalizão arameia.
Segundo os Monólitos de Kurkh (COS 2.113A), que descreve as vitórias assírias contra uma coalizão de 12 reis levantinos, essa batalha foi a derrota de vários pequenos reinos opositores aos assírios.
A Batalha de Carcar seria o primeiro evento cuja data está relacionada com alto de grau de certeza com a Bíblia. Embora a batalha não seja mencionada por nome na Bíblia e a identificação de Acabe nos Monólitos de Kurkh seja disputada, 1 Reis 22:29-35 relata a morte de Acabe em uma coalizão contra os assírios.
Os Monólitos de Kurkh são duas estelas descrevendo os reinados de Assurnasirpal II e seu filho Salmaneser III. Descobertos em 1861 pelo arqueólogo britânico John George Taylor, esta descrição contém o nome “A-ha-ab-bu Sir-ila-aa”, identificado como “Acabe, rei de Israel” por Julius Oppert em sua Histoire des Empires de Chaldée et d’Assyrie (1865). No entanto, esta identificação não é unânime porque o termo “Israel” não aparece nos registros assírios e babilônicos, que geralmente se referem ao Reino do Norte como a “Casa de Onri”, além de a paleografia permitir leituras alternativas desse trecho.
Guerra Sírio-Efraimita
A Guerra Sírio-Efraimita (734–732 a.C.) foi o conflito movido pela coalizão do Reino de Israel, liderado por Peca, com os arameus, liderados Rezim, contra o Reino de Judá liderado por Jotão e mais tarde seu filho Acaz.
O Reino de Israel e e os sírios visavam forçar o Reino de Judá integrar uma frente contra os assírios (2 Re 16; Is 7).
Acaz buscou proteção tornando-se vassalo dos assírios, que por fim destruíram primeiro os arameus e, finalmente, o reino do norte (em 722).
Samaria
Samaria foi uma cidade e capital do reino do norte de Israel. A designação “Samaria” também pode referir-se ao Reino do Norte ou Israel, bem como a região circundante ou a área central dos samaritanos.
Talvez tenha sido a vila de Samir, na montanha de Efraim, onde viveu o juiz Tola (Jz 10:1-2). Indícios arqueológicos apontam para o início da ocupação durante a Idade do Ferro. No início do século IX a.C. sob a dinastia de Onri (1 Re 16) a cidade foi um importante centro comercial e político.
Destruída pelos assírios em 722 a.C (2 Reis 17); seus principais cidadãos foram exilados e estrangeiros da Síria e da Mesopotâmia reassentados na região.
Samaria foi reconstruída com estilo helenístico a partir de 30 aC por Herodes, o Grande, que a renomeou como Sebaste em homenagem a Augusto César (‘Sebastos’ é a forma grega de ‘Augusto’). A atual vila e sítio arqueológico de Sebastia manteve esse nome, fazendo parte da administração de Nablus, na Cisjordânia.
Apesar da semelhança dos nomes, os samaritanos não consideram a cidade de Samaria importante, mas sim Siquém/Nablus, dada sua proximidade com o Monte Gerezim. Por essa razão, eruditos contemporâneos distinguem entre “samarianos” (habitantes de Samaria) e “samaritanos” (adeptos da religião israelita).
BIBLIOGRAFIA
Franklin, Norma (2001). “Masons’ Marks from the 9th Century BCE Northern Kingdom of Israel. Evidence of the Nascent Carian Alphabet?”. Kadmos. 40 (2): 107–116. doi:10.1515/kadm.2001.40.2.97. S2CID 162295146.Access Options
Franklin, Norma (2003). “The Tombs of the Kings of Israel: Two Recently Identified 9th-Century Tombs from Omride Samaria”. Zeitschrift des Deutschen Palästina-Vereins. 119 (1): 1–11. ISSN 0012-1169. JSTOR 27931708.
Mahieu, Bieke (2008). “The Foundation Year of Samaria-Sebaste and its Chronological Implications”. Ancient Society. 38: 183–196. doi:10.2143/AS.38.0.2033275. ISSN 0066-1619. JSTOR 44080267.Access Options
Magness, Jodi (2001). “The Cults of Isis and Kore at Samaria-Sebaste in the Hellenistic and Roman Periods”. The Harvard Theological Review. 94 (2): 157–177. doi:10.1017/S0017816001029029. ISSN 0017-8160. JSTOR 3657401. S2CID 162272677.Download PDF
Park, Sung Jin (2012). “A New Historical Reconstruction of the Fall of Samaria”. Biblica. 93 (1): 98–106. ISSN 0006-0887. JSTOR 42615082.
Tappy, R. E. (2001). The Archaeology of Israelite Samaria: Vol. II, The Eighth Century BCE. Harvard Semitic Studies 50. Winona Lake, IN: Eisenbrauns.
Wetherill, R.; Tappy, Ron. E. (2016). “The Archaeology of the Ostraca House at Israelite Samaria: Epigraphic Discoveries in Complicated Contexts”. The Annual of the American Schools of Oriental Research. American Schools of Oriental Research. 70. JSTOR 26539223.
Yezerski, Irit (2017). “The Iron Age II S-Tombs at Samaria-Sebaste, Rediscovered”. Israel Exploration Journal. 67 (2): 183–208. ISSN 0021-2059. JSTOR 26740628.
Jeroboão II
Jeroboão II filho de Jeoás (em hebraico יָרָבְעָם, yarov’am) e rei do Reino do Norte de Israel. Parte da dinastia nimsita, reinou 41 anos, ca. 786–746 aC., contemporaneamente a Uzias e Amazias de Judá. Bem-sucedido política e militarmente, expandiu o reino do norte.
Do reinado de Jeroboão II restam poucas fontes bíblicas (2 Re 14:23-29, Amós e Oseias), mas a profusão de artefatos arqueológicos encontrados em Samaria contribuem para reconstruir este período histórico. O selo de Shema, servo de Jeroboão, atesta esta época, bem como provavelmente são boa parte dos óstracos de Samaria. Os eruditos que argumentam que Joel seja pré-exílico situam o livro nessa época. Há menção de um profeta chamado Jonas (2 Re 14:23-25), mas tratando o rei de modo oposto a Amós 6:13-14.
Militarmente conquistou partes da Síria (até Lebo-Hamate, ao norte de Damasco) e territórios do sul, já na área de Judá, até o Mar Morto.
Junto da hegemonia política veio a prosperidade comercial. Samaria estava no centro de uma rota comercial ligando o Egito, o Mediterrâneo, a Mesopotâmia, a Arábia e o Levante. O comércio de azeite, vinho e, consequentemente, vasos cerâmicos enriqueceram o reino de Israel. Foi o período de maior densidade populacional na região. O letramento cresceu e surgem os primeiros profetas literários.
Seu reinado coincide com várias marcas históricas, como o terremoto M1 ≍ 8.2 (c.750), a primeira olimpíada (776) e a fundação legendária de Roma (753). Nessa época os gregos e os etruscos desenvolvem seus alfabetos.
Junto com a prosperidade vieram problemas de injustiça e idolatria, denunciados por profetas como Oseias e Amós. Os assírios passaram a cobiçar o pequeno reino. Após o reinado de Jeroboão II, o reino de Israel cairia em decadência até a conquista assíria em 722 a.C.
