Bel e o Dragão

Bel e o Drão é uma coletânea de passagens em que Daniel denuncia a fraude de dois cultos idólatras.

Esses textos fazem parte das Adições a Daniel, presentes na versão grega de Daniel. É considerado apócrifos no protestantismo, mas estão incluídas no cânone católico romano e ortodoxo grego.

Daniel demonstra ao rei Ciro que a estátua de Bel não pode realmente comer oferendas de comida. Depois, Daniel mata uma serpente (dragão) sagrada. Os adoradores jogam Daniel na cova dos leões, onde ele é milagrosamente alimentado por Habacuque, presumivelmente o mesmo do livro de Habacuque.

Macabeus

Macabeu, “martelo”, era o apelido dado à família dos Hasmoneus. A designação serve ao conjunto de livros com esse título e à família de líderes desse período (167-64 a.C.).

Durante o período helenista (332-64 a.C.), a Judeia esteve alternada vezes sob o controle dos selêucidas da Síria e ptolomeus do Egito — estados sucessores de Alexandre, o Grande. No final do século II, o rei selêucida Antíoco IV Epifânio, impôs uma política de culto oficial contrária ao monoteísmo israelita, como parte de uma política de homogeneização sociocultural chamada de “helenismo”.

A família dos Macabeus liderou a resistência militar, política e religiosa na Judeia. Na década de 180 d.C. a região estava controlada pelos selêucidas e o rei Antíoco IV. No entanto, para consolidar sua autoridade impôs uma política de aliança religiosa que implicava na adesão aos cultos tidos como idólatras. A revolta teve início quando de oficiais vieram cumprir os decretos de Antíoco na aldeia de Modein. Lá, um sacerdote idoso chamado Matatias vivia com seus cinco filhos: João “Gadi”, Simão “Thassi”, Judas “Macabeu”, Eleazar “Avaran” e Jônatas “Afo”. Matatias reagiu espotaneamente. Matatias, recusou a fazer o sacrifício requerido, matou o oficial selêucida e fugiu para as montanhas com seus cinco filhos. Acompanhados dos ‘piedosos’ (hassidim), iniciaram uma guerra de guerrilha que resultou na independência de um estado judeu liderado pela família dos macabeus. Seu ato deu início de uma revolta que se tornaria uma guerra. Eventualmente, a independência foi conquistada. A Judeia foi governada pela dinastia Hasmoneana, descendentes de Simão, o único filho de Matatias a sobreviver à guerra.

Mais tarde, com a chegada do poder romano na região e dada as disputas internas na própria família dos macabeus e o oportunismo político dos herodianos, a dinastia sucumbiu.

LIVROS DOS MACABEUS

Os livros que levam seus nomes e os registros de Flávio Josefo constituem as principais fontes sobre eles. Os livros dos Macabeus são importantes para a reconstrução histórica e da mentalidade desse período. Não integram o cânone judeu ou protestante, mas alguns deles são aceitos como deuterocanônicos em diversas denominações católica e ortodoxas orientais. Registram o início da Festa das Luzes (1 Macabeus 4:36–4:59; 2 Macabeus 1:18–1:36) ou da Dedicação (João 10:22-25), quando o Templo foi reconsagrado depois de ter sido profanado e feito “abominação da desolação”.

1 Macabeus: relata a revolta dos macabeus desde a ascensão de Antíoco IV Epifânio ao trono selêucida (Síria) em 175 aC até a morte de Simão, um dos líderes da resistência judaica e, em seguida, sumo sacerdote e etnarca, em 132 a.C.

2 Macabeus: outra versão da revolta dos Macabeus, escrita de uma perspectiva da profanação ao Templo e seu culto, culpando os judeus que abraçaram o helenismo como responsáveis.

3 Macabeus: apesar do nome, narra a perseguição aos judeus na época anterior aos macabeus quando o faraó  Ptolomeu IV Filopator (221–203 a.C.) decidiu perseguir os judeus em todo o território sob controle do Egito.

4 Macabeus: registra uma oração memorial dos mártires mencionados em 2 Macabeus 6-7. Defende as motivações religiosas e as quatro virtudes cardeais – prudência, temperança, coragem e justiça – sobre as emoções. A família de Eleazar e os sete irmãos com sua mãe são primeiros exemplos.

Atos de Paulo e Tecla

Livro apócrifo estimado ser do século II d.C que relata as viagens missionárias de Paulo e uma discípula, Tecla. O texto está dividido em duas partes principais: Os Atos de Paulo e Tecla e O Martírio de Tecla.

A jovem nobre Thecla ou Tecla ouve os ensinamentos de Paulo e se converte ao cristianismo, apesar da oposição de sua família e da sociedade.

Os Atos de Paulo e Tecla começam com Tecla ouvindo Paulo pregando o evangelho em sua cidade de Icônio. Ela é imediatamente cativada por sua mensagem e se dedica a aprender mais sobre o cristianismo. Apesar das tentativas do noivo de dissuadi-la e da desaprovação da mãe, Tecla torna-se cristã e opta por seguir Paulo em suas viagens, mesmo que isso signifique deixar para trás sua vida privilegiada.

Enquanto Thecla viaja com Paul, ela realiza feitos milagrosos e espalha o evangelho para outras pessoas. No entanto, sua fé é testada quando ela é presa e condenada à morte por se recusar a se casar com seu noivo. Ela é milagrosamente salva da execução por uma série de eventos sobrenaturais e continua a espalhar o evangelho até finalmente se reunir com Paul.

O Martírio de Tecla descreve o eventual martírio de Tecla por sua fé. Depois de ser capturado novamente.

Livros desaparecidos

Livros com títulos distintos citados no Antigo Testamento, mas que desapareceram:

Livros Desaparecidos do Antigo Testamento:

  • Livro do Concerto (Êxodo 24:7)
  • Livro das Guerras do Senhor (Números 21:14)
  • Livro de Jaser ou do Justo (Josué 10:13, 2 Samuel 1:18)
  • Livro dos Cânticos (1 Reis 8:12-13 LXX)
  • Crônicas dos Reis de Judá e Israel (1 Reis 14:19, 14:29, 16:20)
  • Livro de Semaías e (midrash) visões de Ido (2 Crônicas 9:29, 12:15, 13:22)
  • Direito do Reino (1 Samuel 10:25)
  • Atos de Salomão (1 Reis 11:41)
  • Anais de Davi (1 Crônicas 27:24)
  • Crônicas de Samuel, o vidente (1 Crônicas 29:29)
  • Crônicas de Natã, o profeta (1 Crônicas 29:29; 2 Crônicas 9:29)
  • Crônicas de Gade, o vidente (1 Crônicas 29:29)
  • Profecia de Aías (2 Crônicas 9:29)
  • Livro dos Reis de Judá e Israel (2 Crônicas 16:11, 2 Crônicas 27:7, 2 Crônicas 32:32)
  • Livros (midrash) dos Reis (2 Crônicas 24:27)
  • Crônicas de Jeú (2 Crônicas 20:34)
  • Atos de Uzias (2 Crônicas 26:22)
  • Visão de Isaías (2 Crônicas 32:32)
  • Atos dos Reis de Israel (2 Crônicas 33:18)
  • Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19)
  • Lamentos por Josias (2 Crônicas 35:25)
  • Crônicas de Assuero (Ester 2:23, 6:1, 10:2, Neemias 12:23)

Razões para o Desaparecimento:

Um livro que não era copiado simplesmente se deteriorava. Um papiro durava em média 30 anos de uso e um pergaminho quase um século. Textos que não foram canonizados para o uso no culto e na vida religiosa, mesmo que fossem fontes, eram demasiados custosos para serem copiados e mantidos.

Guerras também contribuíram para as perdas. Há tradições de que coleções de livros sagrados foram destruídas na Queda de Jerusalém (século VI a.C.), na Guerra dos Macabeus (c.164 a.C.) e nas revoltas judaicas de 68-70 d.C. e dos meados do século II d.C.

Provavelmente, muito do conteúdo desses livros sobreviveu incorporado aos textos bíblicos, especialmente nos livros que se referiram a eles.

Livros Desaparecidos do Novo Testamento:

No Novo Testamento, há alusões a obras desaparecidas:

Um livro que não era copiado simplesmente se deteriorava. Um papiro durava em média 30 anos de uso e um pergaminho quase um século. Textos que não foram canonizados para o uso no culto e na vida religiosa, mesmo que fossem fontes, eram demasiados custosos para serem copiados e mantidos.

Guerras também contribuíram para as perdas. Há tradições de que as coleções de livros sagrados foram destruídos na Queda de Jerusalém (século VI a.C.), na Guerra dos Macabeus (c.164 a.C.) e nas revoltas judaicas de 68-70 d.C. e dos meados do século II d.C.

Provavelmente muito do conteúdo desses livros sobreviveu incorporado aos textos bíblicos, especialmente nos livros que referiram sobre eles.

No Novo Testamento há alusões a obras desaparecidas:

  • 3 Coríntios (1 Coríntios 5:9; 7:1)
  • Epístola prévia aos Efésios (Efésios 3:3)
  • Epístola aos Laodicenses (Colossenses 4:16)
  • Obra desconhecida (Mateus 2:23)
  • Obra desconhecida sobre o Gênesis (1 Coríntios 15:45)
  • Obra desconhecida (1 Coríntios 2:9)
  • Obra desconhecida (Lucas 24:46)
  • Obra desconhecida (Marcos 9:12)

Apócrifa

Grupo de livros ou partes de livros que eram aceitos como sagrados e dotados de autoridade somente por algumas comunidades, sobretudo de língua grega, no período do Segundo Templo. Foram integrados à Septuaginta e incluídos com ressalvas na Vulgata latina por Jerônimo. No Renascimento, com o advento das edições impressas, da Reforma e avanços da filologia bíblica sua canonicidade era questionada. O protestantismo aderiu ao cânone menor, similar ao da Bíblia Hebraica mantida pelos judeus, enquanto os católicos romanos sancionaram os deuterocanônicos nos concílios de Florença (1442) e Trento (1545 – 1563).

Cristãos ortodoxos gregos e católicos romanos os consideram canônicos sob a designação de deuterocanônicos. Para o protestantismo, judaísmo rabínico, caraísmo e samaritanismo não são considerados canônicos, embora sirvam como fontes históricas ou literárias.

Deuterocanônicos católicos e ortodoxos (grego e eslavônico)
Tobias
Judite
Adições ao livro de Ester (Ester 10-6)
Sabedoria de Salomão
Eclesiástico (Sabedoria de Jesus, o Filho de Siraque, Sirácida)
Baruque
Carta de Jeremias (Baruque 6)
As Adições ao Livro de Daniel (Daniel 3:24-90; 13-14)
Oração de Azarias e a Canção dos Três Judeus
Susanna
Bel e o Dragão
1 Macabeus
2 Macabeus

Deuterocanônicos gregos e eslavônicos; não no cânon católico romano
1 Esdras (= 2 Esdras eslavônico = 3 Esdras em apêndice na Vulgata)
Oração de Manassés (no Apêndice da Vulgata)
Salmo 151
3 Macabeus

Em apêndice no cânone eslavônico, não no grego, em apêndice na Vulgata
4 Macabeus

Em apêndice no cânon grego
2 Esdras (= 3 Esdras em eslavônico = 4 Esdras em apêndice na Vulgata)

Outros livros de aceitação limitada (como nos cânones armênio, etíope, georgiano e algumas recensões da Vulgata) ou rejeitados são referidos como pseudoepígrafa. Adicionalmente, obras que reescrevem os livros canônicos são chamados de literatura parabíblica.