Politeuma judia em Heracleópolis

A politeuma dos judeus em Heracleópolis refere-se a uma comunidade judaica que viveu na cidade de Heracleópolis Magna no antigo Egito durante o período helenístico, provavelmente no século II.

Os documentos relacionados com a politeuma de Heracleópolis são datados entre o 27º e o 38º ano de um reinado desconhecido, muito provavelmente o de Ptolomeu VIII Euergetes II, que é 144/3-133/2 a.C.

A politeuma judia era uma comunidade tinha seu próprio conselho e era reconhecida pelas autoridades locais como pessoa jurídica. . Esses documentos consistem em vinte textos de papiro em grego. A politeuma de Heracleópolis era chefiada por poliarcas e arcontes, cujo número exato permanece incerto. Eles também se corresponderam com outras comunidades judaicas no Egito e na Palestina, e 16 cartas escritas por eles foram descobertas. Essas cartas, identificadas pela sigla, P.Polit.Iud, contêm informações sobre suas condições sociais e econômicas, bem como suas práticas religiosas e relações com outras comunidades. São fontes de informações valiosas sobre a vida dos judeus no Egito durante o período helenístico e suas interações com o antigo mundo mediterrâneo.

VEJA TAMBÉM

Elefantina

Papiros de Zenon

Documentos de Al-Yahudu

Jael

Jael, em hebraico יָעֵל, foi uma mulher corajosa do povo queneu, estrangeiros residentes em Israel, que, segundo o livro de Juízes, matou o comandante cananeu Sísera. Depois de Sísera fugir da batalha, ele procurou refúgio na tenda de Jael, que o acolheu e o escondeu. Mas enquanto ele dormia, Jael martelou uma estaca na sua cabeça, matando-o. Esse evento é comemorado em um dos cânticos de Débora (Juízes 4, 5).

Edfu

Umas das raras fontes da presença judia no Egito durante a era romana é a comunidade Apolinópolis Magna ou Edfu.

Edfu é uma cidade egípcia, localizada na margem oeste do rio Nilo, entre Esna e Asuã. Tell Edfu contém o Templo Ptolomaico de Hórus.

Óstracas encontradas nesse sítio são datadas entre 70 d.C. e 116 d.C. A maioria delas, escritas em grego, são recibos e um terço registra a tributação do fisco judaico imposto por Vespasiano depois da Primeira Guerra Judaica.

BIBLIOGRAFIA

Hacham, N., & Ilan, Ṭ. (Eds.). (2020). Corpus Papyrorum Judaicarum. De Gruyter Oldenbourg.

Tcherikover, Avigdor, Alexander Fuks, and Menaḥem Shṭern. “Corpus papyrorum Judaicarum: with an epigraphical contribution by David M. Lewis.” (1957).

Diáspora

Diáspora ou dispersão, em grego διάσπορα, ou em hebraico golah, refere-se às comunidades israelitas fora de seu território dos antigos reinos de Judá e Israel.

No Período do Segundo Templo havia mais israelitas fora da Palestina, como parte da Diáspora.

As deportações foram a causa inicial da Diáspora. Os assírios levaram os israelitas de Samaria em 722 a.C., e os babilônios levaram alguns de Jerusalém em 586 a.C. Os Ptolomeus relocaram muitos para a Cirenaica. Mais tarde, Pompeu levaria muitos para Roma como escravos.

Adicionalmente, o aumento da população na Palestina pressionou a procurarem outros lugares. Centros urbanos no Egito, Ásia Menor, Mesopotâmia e outros lugares no Levante passaram a ter suas comunidades de israelitas nas quais as sinagogas ofereciam continuidade religiosa, legal e social.

Junto da Diáspora veio o sentimento de antissemitismo. Cícero tratava os judeus com ódio e medo. Tibério perseguiu a colônia judia em Roma. Cláudio decretou a expulsão dos judeus de Roma.

Os judeus da Diáspora mantinham fortes laços com Jerusalém e o Templo. Peregrinações frequentes eram feitas a Jerusalém para as festas . Nas sinagogas a leitura das Escrituras ocorriam em grego (LXX), em aramaico (Targum) e hebraico. Os padrões éticos da religião israelita atraíam gentios, com muitos convertendo formalmentes — os prosélitos — ou simplesmente acompanhando preceitos morais israelitas — os tementes a Deus.

A Diáspora foi crucial para a difusão do cristianismo. A esperança messiânica para a restauração e ajuntamento do povo de Israel era viva entre os judeus da Diáspora.

Alexandria

Alexandria foi a mais importante cidade no Delta do Nilo, no Egito, desde sua fundação por Alexandre, o Grande, em erca de 333 a.C.. Não é mencionada no Antigo Testamento, mas aparece incidentalmente no Novo Testamento, no livro de Atos, principalmente. Apolo, eloquente e poderoso nas Escrituras, era natural desta cidade (At 18:24). Muitos judeus de Alexandria viviam em Jerusalém, onde tinham uma sinagoga (At 6:9), na época do martírio de Estêvão.

Uma das maiores cidades da Antiguidade no Mediterrâneo, maior mesmo que Roma por muito tempo, Foi a residência dos reis do Egito por 200 anos durante o período helenista ou ptolomaico.

Tinha cerca de 10.000 judeus residentes nesta cidade. Sua famosa biblioteca de 700.000 volumes, também foi importante centro editorial. Nela foram desenvolvidas técnicas e práticas editorais. A cidade seria o local para a tradução da Bíblia hebraica para o grego, na versão da Septuaginta.