Julian ou Juliana de Norwich (1342 –c. 1416), uma anacoreta, mística e teóloga inglesa.
Autora de uma obra de reflexões devocionais e teológicas, Revelações do Amor Divino (Revelations of Divine Love, c. 1395), seria a primeira mulher a ser escritora em língua inglesa.
Ao sofrer uma doença que a deixou à beira da morte, recebeu várias visões, as quais compilou em um livro. Mais tarde, curada, escreveu explanações teológicas acerca das visões.
Sua teologia era otimista, orientada pela onibenevolência e amor de Deus em termos de alegria e compaixão. Como Isaías 49:15, equipara o amor divino com o amor materno. A reconciliação da humanidade com Deus foi mediante a encarnação quando compartilhou a “queda” humana no ventre de Maria. Ao encarnar-se, morrer e ressuscitar, Jesus experimentou em sua dupla natureza o nascimento, sofrimento e morte. Mas sendo divino, alterou para sempre a natureza humana.
Foi conselheira espiritual de sua comunidade. Recebeu visita de Margery Kempe.
Susanna Maria Antonietta Colantonio Lewen (1891-1980), também chamada Susie Colantonio, foi evangelista e pregadora ítalo-americana. Foi uma das primeiras pessoas após o avivamento de Chicago partir para a Itália e formar um núcleo de crentes batizados pelo Espírito Santo.
Nascida em Chicago do casal de abruzzenses Michele Colantonio (1857 – 1949) e Fiorangela “Florence” Balzano (1872-1917). Sua família converteu-se a Cristo e participava da Primeira Igreja Presbiteriana Italiana de Chicago, da qual sua tia Rosina Balzano Francescon, irmã de Fiorangela, ocupava funções de liderança.
A família retornou para a Itália, quando Susanna tinha 15 ano. Duas vilas, Castel San Vincezo e Castellone al Volturno, província de Isérnia, Molise, no sul da Itália, foram evangelizadas pela família. Na região foi formada uma igreja ligada aos valdenses.
Após seu retorno a Chicago, Susanna estranhou as mudanças em sua igreja e começou a frequentar a escola dominical na missão North Avenue de William Durham e a Congregação Italiana então sem nome reunida na West Grand Avenue. Depois de experimentar a efusão no Espírito Santo com diversos sinais, seus pais presbiterianos proibiram-na de congregar.
Em casa, continuou a buscar os dons do Espírito Santo, quando teve seu batismo com sinal de falar em novas línguas. A partir disso, seus pais decidiram voltar para a Itália, o que aconteceu por volta do início de 1908.
No sítio da família em Castellone al Volturno ela começou a pregar Atos 2 sobre o derramamento do Espírito Santo nos últimos dias. Depois de alguma resistência paterna, toda a família aceitou seu testemunho e começaram a realizar cultos. Alguns dias depois Susanna batizou várias pessoas em um riacho do sítio.
Susie permaneceu por quatro anos pastoreando ovelhas na fazenda da família. Mantinha sua fé pela leitura da Bíblia e cânticos. Testemunhou vários milagres de atendimento de necessidade de alimentos e curas.
Tendo já esquecido a língua inglesa e rejeitado seu repatriamento aos EUA por razões médicas, compareceu ao consulado americano. Nessa ocasião, teve sua habilidade de falar inglês fluentemente renovada.
Retornou sozinha aos Estados Unidos e conheceu um ex-monge franciscano. Após conduzi-lo a Cristo, casaram-se em 1914 no Michigan. Seu marido John Dean Lewen (Lewan ou Lewandowski) (1895-1951) trabalhava como gráfico e depois tornou-se ministro do evangelho. O casal viajou muito pelo Estados Unidos dando testemunho e exortando as congregações pentecostais.
BIBLIOGRAFIA
FamilySearch Colantonio Lewen, Susanna M., The Story of My Life, Chicago: s.d.
Rosina Maria Antonieta Balzano Francescon (1875-1953) foi uma pioneira na obra pentecostal italiana em Chicago, além de ocupar da instrução bíblica infantil e secretariar as missões.
Rosina nasceu em Castellone Al Volturno, província de Isérnia, Molise e próxima aos Abruzzos, no centro-sul da Itália. De família muito pobre, migraram por terra, trabalhando na estrada, até chegarem a La Havre e partirem para os Estados Unidos.
Em 1892 ela estava morando em Chicago, onde se tornou membro e supervisora da Escola Dominical da Primeira Igreja Presbiteriana Italiana. Casou-se com Louis Francescon em 1895. Buscando aprimorar seus conhecimentos bíblicos, frequentava as aulas abertas do Instituto Bíblico Moody, depois com sua filha Helen e seu genro Joseph Carrieri.
Rosina foi uma das primeiras italianas a experimentar o batismo no Espírito Santo ao falar em línguas em Chicago em 1907. Depois, esteve em missões em Los Angeles e Syracuse (NY), além de ter viajado ao Brasil em 1948.
BIBLIOGRAFIA
Toppi, Francesco. Madri in Israele. Roma: ADI-Media, 2003.
Didascalia apostolorum (ensino dos apóstolos) é um compilado normativo cristão.
É uma obra pseudoepígrafa, pois se apresenta como escrita pelos Doze Apóstolos na época do Concílio de Jerusalém. No entanto, a composição é do século III, possivelmente da Síria.
O Didascalia foi claramente modelado no Didaquê. Inspirou outros documentos como as Constituições Apostólicas, além de suas traduções para o latim e siríaco.
Registra tensões entre cristãos gentios e judeus cristãos. Aconselha sobre a vida cristã, martírio e cuidado dos órfãos. Normatiza as funções dos bispos e diáconos — indicando uma transição hierárquica para as igrejas, mas sem ainda distinguir claramente entre presbítero e bispo.
Faz a mais antiga menção de edifícios para culto. Admoestra a educação das crianças e alerta contra heresias. Doutrinariamente, demanda que os cristãos sejam trinitarianos, empreguem as Escrituras como dotadas de autoridade, creiam na ressurreição. Divide partes da lei a serem observadas (os dez mandamentos).
O autor aparenta desaprovar que as mulheres tenha liberdade para falar no culto, evangelizar, engajar-se no ministério e celebrar batismos. Isso permite inferir que nessa época tais papéis eram exercido por mulheres.
A Necromante de En-Dor ou a médium de En-Dor é uma mulher que invocava espíritos dos mortos.
Em 1 Samuel 28 Saul, o primeiro rei de Israel, busca a orientação de uma médium ou necromante. Neste ponto da história, Saul está enfrentando uma batalha com os filisteus. Ele busca a orientação do Senhor, mas não recebe resposta, então ele se volta para uma mulher em Endor, uma cidade na planície central, que dizem ter a habilidade de conjurar os mortos. A mulher concorda em ajudá-lo e invoca o espírito de Samuel, o falecido profeta e juiz de Israel.
A história da recepção dessa passagem variam. Alguns veem evidência da existência de fantasmas ou vida após a morte, e outros vendo-a como uma condenação das ações de Saul e uma afirmação da proibição de consultar médiuns ou necromantes.
A necromancia, ou a prática de se comunicar com os mortos, era uma prática comum no antigo Oriente Próximo. Acreditava-se que os necromantes tinham a capacidade de convocar e se comunicar com os espíritos dos mortos, muitas vezes por meio do uso de rituais, encantamentos ou práticas de adivinhação.
No entanto, na religião israelita, a necromancia era vista como uma forma de adivinhação e era estritamente proibida. Deuteronômio afirma que qualquer um que pratique necromancia ou consulte os mortos é uma abominação para o Senhor (Dt 18:10-12). A proibição da necromancia estava enraizada na crença de que a única maneira adequada de se comunicar com Deus ou o divino era por meio da oração e do cumprimento da lei.