Evangelho de Tomé

O evangelho de Tomé uma coleção de dizeres (logia) atribuídos a Jesus e supostamente compilado pelo discípulo Tomé. A obra é datada entre 60 dC e até 140 dC . Este evangelho apócrifo possui importância para entender a circulação de dizeres entre cristãos primitivos.

Hipólito de Roma, em seu relato sobre os naassenos, menciona um Evangelho de Tomé. Mais tarde Orígenes, Eusébio, Jerônimo, Ambrósio, Cirilo de Jerusalém, Filipe de Side (c 430), Venerável Beda e na Esticometria de Nicéforo. Esses autores geralmente consideraram o Evangelho de Tomé espúrio e está ausente das listas canônicas da Antiguidade.

Somente o texto seria conhecido com a descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi em 1945. É atestado em três fragmentos gregos e um manuscrito copta.

Ao contrário dos Evangelhos canônicos, não é um relato narrativo da vida de Jesus. Disso, consiste em logia (dizeres) atribuídos a Jesus, às vezes isolados, às vezes inseridos em pequenos diálogos ou parábolas. Há partes em comum com os evangelhos sinóticos em 13 de suas 16 parábolas. Também há reflexos com o evangelho de João.

Não há descrições da divindade de Jesus ou relatos de sua vida, obra e morte. Anteriormente era considerado um evangelho gnóstico, juntamente com os Evangelhos de Maria Madalena e Filipe, mas pesquisas recentes notaram falta de traços de gnosticismo .

Apocalipse de Pedro

O Apocalipse de Pedro é um relato pseudoepígrafo (atribuído falsamente) de uma visão supostamente tida pelo apóstolo Pedro. Sua origem provável é no Egito, por volta 135 d. C. Provavelmente associado com comunidades gnósticas, é uma das mais antigas descrições cristãs das punições do inferno.

O Apocalipse de Pedro concentra-se na descrição de diferentes classes de pecadores e suas respectivas punições.

O livro deixou influências no cristianismo. Foi citado por Teófilo de Antioquia (c. 180), Clemente de Alexandria (c. 215), Metódio de Olimpo (c. 311) e Macário Magno (c. 400). Ainda a Divina Comédia de Dante e os testemunhos atuais de visitações ao inferno atestam a influência dessa obra.

Parte da literatura petrina, aparece como canônico para Clemente de Alexandria e para o Cânone Muratoriano. Eusébio considerava-o como espúrio.

O texto completo foi descoberto no inverno de 1887 no cemitério A em al-Hawawis na necrópole do deserto de Akhmim. Consiste em folhas de pergaminho da versão grega escritos no século VIII ou IX. Uma tradução etíope é conhecida desde 1910, com divergências com o texto grego.

Em sua descrição do céu e do inferno, o Apocalipse se baseia nas religiões de mistério órfico-pitagóricas. O inferno desse apocalipse remete ao tártaro dos gregos. A figura do rio de fogo certamente remonta ao antigo Egito. Deve-se à apocalíptica judaica os temas do juízo final, a ressurreição dos mortos e a destruição do mundo pelo fogo.

Apócrifo de Gênesis

Literatura parabíblica que expande o livro de Gênesis. Sobrevive em fragmentos dos manuscritos aramaicos descobertos no Mar Morto (1QapGen ou 1Q20).

Datado de entre 250 aC e 50 dC, o Apócrifo de Gênesis reconta as narrativas de Lameque, Enoque, Noé e Abraão ao estilo de midrash. Notoriamente, expande a narrativa de Lameque. Menciona um “livro perdido”, o Livro das palavras de Noé.

O Apócrifo de Gênesis tenta retratar os patriarcas com um tom moralmente melhor e dar uma interpretação teológica de suas vidas.

O livro é uma fonte importante para o aramaico palestiniano médio e é um dos mais antigos testemunhos que cita o livro de Gênesis.

O Apócrifo do Gênesis tem cerca de 17 colunas, o que corresponde a cerca de 20 páginas na tradução para as línguas ocidentais. O manuscrito está incompleto, com algumas seções faltando, tornando difícil determinar o tamanho exato.

BIBLIOGRAFIA

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Fitzmyer, J. A. The Genesis Apocryphon of Qumran Cave I: A Commentary. 2d rev. ed.; Rome: Biblical Institute Press, 1971.

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Stuckenbruck, Loren T. “The Lamech Narrative in the Genesis Apocryphon (1QapGen) and Birth of Noah (4QEnochc ar): A Tradition-Historical Study.” Aramaica Qumranica. Brill, 2010. 253-275.

A vida dos profetas

A Vida dos Profetas é um apócrifo do Antigo Testamento, traduzido para o grego, latim, siríaco, armênio e árabe. A versão original, em hebraico, siríaco ou outra língua semítica, provavelmente foi publicada no século I d.C. e contém material parabíblico sobre a morte, frequentemente, por martírio dos profetas.

Trata-se de uma obra de religiosidade popular judaica com sucessivas interpolações cristãs.

Apócrifo aramaico de Daniel

Literatura encontrada nos Manuscritos do Mar do Morto, (4Q246), o Aramaico Apócrifo de Daniel é um fragmento não bíblico comumente referido como o texto do “Filho de Deus”, pois inclui a visão de um vidente não identificado sobre a vinda do “filho de Deus” e uma guerra escatológica.