Hulda

Profetisa de Jerusalém. Esposa de Salum, guardião dos guarda-roupas reais durante o reinado de Josias (639–609 a.C.).

Consultada pelos oficiais de Josias após a descoberta de um rolo da Lei no Templo, Hulda profetizou a destruição de Jerusalém, embora Josias morreria antes. A profecia de Hulda impulsionou as reformas josiânicas (2Re 22; 2Cr 34).

Necromante de En-Dor

A Necromante de En-Dor ou a médium de En-Dor é uma mulher que invocava espíritos dos mortos.

Em 1 Samuel 28 Saul, o primeiro rei de Israel, busca a orientação de uma médium ou necromante. Neste ponto da história, Saul está enfrentando uma batalha com os filisteus. Ele busca a orientação do Senhor, mas não recebe resposta, então ele se volta para uma mulher em Endor, uma cidade na planície central, que dizem ter a habilidade de conjurar os mortos. A mulher concorda em ajudá-lo e invoca o espírito de Samuel, o falecido profeta e juiz de Israel.

A história da recepção dessa passagem variam. Alguns veem evidência da existência de fantasmas ou vida após a morte, e outros vendo-a como uma condenação das ações de Saul e uma afirmação da proibição de consultar médiuns ou necromantes.

A necromancia, ou a prática de se comunicar com os mortos, era uma prática comum no antigo Oriente Próximo. Acreditava-se que os necromantes tinham a capacidade de convocar e se comunicar com os espíritos dos mortos, muitas vezes por meio do uso de rituais, encantamentos ou práticas de adivinhação.

No entanto, na religião israelita, a necromancia era vista como uma forma de adivinhação e era estritamente proibida. Deuteronômio afirma que qualquer um que pratique necromancia ou consulte os mortos é uma abominação para o Senhor (Dt 18:10-12). A proibição da necromancia estava enraizada na crença de que a única maneira adequada de se comunicar com Deus ou o divino era por meio da oração e do cumprimento da lei.

Lídia

  1. País e região na Ásia Menor, atual Turquia. Possíveis alusões da Lídia aparecem no Antigo Testamento (Gn 10:22; 1 Cr 1:17; Is 66:19; Ez 27:10; 30:5), associado com Lude filho de Sem. Josefo refere aos lídios como descendentes de Lude (Antiquidades I. 6. 4 § 144 ). Foi berço de uma civilização anatólica possilvelmente próxima dos hittitas, mas foi absorvida pelo helenismo. Esta região rica foi a primeira a cunhar moedas padronizadas. Sua indústria têxtil trouxe riqueza.  Embora pouco mencionada diretamente, várias localidades da então província romana da Ásia localizavam-se na Lídia, como Éfeso, Esmirna, Tiatira, Sardes, Filadélfia. 
  2. Lídia, a vendedora de púrpura. Moradora de Tiátira, era uma convertida por Paulo, uma das primeiras crentes na Europa em Filipos (At 16). 

Abigail

Abigail, em hebraico אביגיל. São duas mulheres desse nome que aparecem nos livros de Samuel.

  1. Abigail, esposa de Nabal. Intercedeu junto a Davi para salvar a vida de seu marido (1 Sm 25:23–31). Nabal morreu em dez dias depois. Davi então se casou com a inteligente e bela Abigail.
  2. Abigail, mãe de Amasa, o comandante-chefe do exército de Absalão (2 Sm 17:25). Chamada irmã de Zeruia, portanto, seria tia de Joabe. O Texto Massorético chama Abigail de filha de Naás. Em Crônicas (1 Cr 2: 13–16), Abigail e Zeruia são chamadas de irmãs de Davi.

BIBLIOGRAFIA

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Diná

Diná, em hebraico דִּינָה‎, “julgada”, foi uma filha de Leia e Jacó. Foi estuprada por Siquém, um príncipe da cidade homônima, despertando a vingança de Simeão e Levi. (Gn 34).

A última menção de Diná na Bíblia aparece quando a família de Jacó se prepara para descer ao Egito. É listada entre os 70 membros da família que desceram juntos (Gênesis 46:15).

BIBLIOGRAFIA

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