Codex Wizanburgensis, ou mais apropriadamente, Codex Guelferbytanus 99 Weissenburgensis, é um manuscrito medieval com trechos da Vulgata latina e homílias de Agostinho.
Os defensores da inclusão da Comma Johanneum afirmam que existe um manuscrito grego chamado “Codex Wizanburgensis” com essa passagem. Porém, é um manuscrito da Vulgata Latina do século VIII, não grego. Jan Krans-Plaisier (2014) localizou o manuscrito, o qual se trata do manuscrito nr. 99 da coleção Weissenburg na biblioteca Herzog August em Wolfenbüttel, Alemanha. O volume contém homílias de Agostinho, as Epístolas universais, as cartas a Timóteo, Tito e Filémon.
A origem dessa informação inacurada vem de uma edição de Lachmann do NT grego e latino (Berlim, 1842 e 1850) e de um artigo de Robert Lewis Dabney de 1871. No entanto, no manuscrito em questão aparece a seguinte leitura:
“E o espírito é a verdade, porque há três que dão testemunho, o espírito, a água e o sangue. E os três são um. Como também no céu há três o pai, a palavra e o espírito. E os três são um.”
Os papiros de Wadi Daliyeh, datados entre 375 a 335 a.C., são 18 documentos parcialmente legíveis, além de 128 selos e bulas de argila, oriundos de Samaria no período Persa.
Demostra a formação de um governo hereditário na região da Samaria pré-helenista. A maioria consiste de documentos de venda de escravos, além de um contrato de empréstimo, um processo civil, e outros contratos.
Foram descobertos em 1962 na caverna de Abu Shinjeh. Junto dos documentos estavam os ossos de 205 indivíduos, possivelmente de samaritanos fugitivos das represálias de Alexandre, o Grande, depois do assassinato de seu sátrapa Andrômaco.
Vários selos contém a fórmula “[Yesha’]yahu filho de [San]balate, Governador de Samaria”.
Esses achados corroboram a (confusa) narrativa de Flávio Josefo sobre o santuário dos samaritanos (História dos Hebreus 11.302–312; 11.321–325). Outra contribuição é que atesta um governador de Samaria chamado Sanbalate no século V a.C..
Herman Witsius ou Hermannus Witsius (1636 – 1708) foi um teólogo e professor parte da Nadere Reformatie, ou a escolástica reformada holandesa.
Witsius nasceu em Enkhuizen, filho de Claes Jacobsz Wits, um magistrado, mais tarde prefeito e ancião da comunidade reformada, e Johanna Hermann, de uma família anti-remonstrante. Criado em uma família devota, Witsius começou sua educação formal na escola latina em Enkhuizen aos seis anos de idade. Mais tarde, seu tio Petrus Hermann, vice-reitor da escola latina, deu-lhe aulas particulares. Witsius cursou ensino superior na Universidade de Groningen, Leiden e Utrecht.
Ordenado ao ministério, Witsius serviu como pastor em Westwoud, Wormer, Goes e Leeuwarden. Recebeu nomeações como professor de divindade na Universidade de Franeker em 1675 e mais tarde na Universidade de Utrecht em 1680. Em 1686, assumiu o cargo de Chanceler na Universidade de Utrecht. As contribuições intelectuais de Witsius lhe renderam um cargo na Universidade de Leiden em 1698, sucedendo Friedrich Spanheim. Faleceu em Leiden.
Witsius desempenhou um papel crucial na mediação entre a ortodoxia calvinista e a teologia da aliança durante as disputas entre voetianos e cocceianos. Assumindo uma posição intermediária, buscou a reconciliação simplificando o sistema federal de Cocceius. Witsius identificou a aliança das obras com a lei e a aliança da graça com a graça, enquadrando a diferença entre os dois como a da graça e das obras. De acordo com sua estrutura teológica, a aliança da graça emana do cumprimento da aliança das obras por Cristo.
Além de trabalhar dentro do sistema teológico calvinista, Witsius argumentou vigorosamente contra várias posições teológicas, incluindo o Catolicismo Romano, o Arminianismo, o Socinianismo e o Cartesianismo.
BIBLIOGRAFIA
De oeconomia foederum Die cum hominibus libri IV. Leeuwarden 1677, 1685, Amsterdam 1694, Herborn 1712, Basel 1739.
Agnes Smith Lewis (1843–1926) e Margaret Dunlop Gibson (1843–1920), eruditas bíblicas britânicas especializadas em línguas semíticas. Suas viagens ao Oriente Médio, edição de textos, colaboração com pesquisadores europeus e a formação de coleções que se tornaram relevantes para a história das ciências bíblicas e judaico-medieval.
Filhas gêmeas de um jurista afluente, nascidas na Escócia em 1843, Agnes e Margaret perderam a mãe pouco após o parto. Ainda jovens, dominaram francês, alemão, espanhol e italiano.
Aos 23 anos, em 1868 viajaram pela Europa e pelo Oriente Médio, iniciando um ciclo de deslocamentos que marcaria sua vida intelectual. Após a morte do pai, herdaram recursos que lhes permitiram financiar viagens e projetos ligados ao estudo de manuscritos. Em Edimburgo, estudaram grego com J. S. Blackie; posteriormente, acrescentaram árabe, hebraico e outras línguas orientais ao repertório.
Ambas casaram-se e enviuvaram no início da vida adulta. O contato de Agnes com Samuel Lewis, classicista e bibliotecário do Corpus Christi College, Cambridge, favoreceu o envolvimento das irmãs com a pesquisa textual e com o ambiente acadêmico ligado aos estudos do cristianismo oriental.
Em 1892 viajaram ao Mosteiro de Santa Catarina, no Sinai, motivadas por relatos sobre manuscritos siríacos pouco examinados na biblioteca monástica. A jornada incluiu a travessia do deserto com guias beduínos e uma permanência de quarenta dias no mosteiro. Ali, Agnes identificou um códice siríaco contendo uma antiga versão dos Evangelhos, posteriormente conhecido como Sinaiticus Syriacus. O manuscrito foi fotografado, transcrito e publicado em 1894, tornando-se um documento básico para o estudo do texto evangélico em tradição siríaca.
Em viagens posteriores ao Egito, as irmãs adquiriram fragmentos hebraicos e aramaicos que levaram a Cambridge. O erudito Solomon Schechter examinou esse material e reconheceu entre os fragmentos o texto hebraico de Ben Sira. A partir dessa constatação, Schechter identificou a origem dos manuscritos na Geniza da Sinagoga Ben Ezra, no Cairo, e conduziu a retirada de cerca de 200.000 fragmentos judaicos medievais para Cambridge, formando a Coleção Taylor–Schechter. As aquisições das gêmeas constituíram parte inicial dessa coleção.
Além da contribuição ligada à Geniza, as irmãs reuniram mais de 1.700 manuscritos orientais em diferentes idiomas e produziram edições e estudos importantes para o aramaico cristão palestiniano e para outras tradições cristãs orientais.
Embora colaborassem regularmente com pesquisadores da Universidade de Cambridge, a instituição não concedia diplomas a mulheres no período. Mesmo assim, Agnes recebeu títulos honorários de Halle, Heidelberg, St Andrews e Dublin; Margaret, de Heidelberg, St Andrews e Dublin. Em 1915, ambas receberam a Medalha de Ouro para Pesquisa Oriental da Royal Asiatic Society.
As irmãs financiaram a construção do Westminster College, inaugurado em Cambridge em 1899, que passou a concentrar atividades acadêmicas e religiosas ligadas ao presbiterianismo escocês.
Em 1903 viajaram à América do Norte, onde realizaram conferências em Montreal, Toronto, Nova York, Filadélfia e Richmond. Margaret faleceu em 11 de janeiro de 1920, após um derrame. Agnes morreu em 1926. Suas coleções, edições e correspondência permanecem preservadas em instituições britânicas e continuam a ser utilizadas na pesquisa de manuscritos orientais.
William Wrede (1859-1906) oi um teólogo e biblista luterano alemão, enfocano nos estudos do Novo Testamento.
Wrede nasceu em Bücken, Baixa Saxônia, e estudou teologia nas universidades de Göttingen, Tübingen e Berlim. Tornou-se professor de teologia em Breslau em 1890.
Em seu livro “O Segredo Messiânico” (1901) argumentou que o Evangelho de Marcos foi escrito com uma técnica literária deliberada e distinta: o retrato de Jesus como um Messias que comanda seus discípulos a manter sua verdadeira identidade um segredo até depois de sua morte e ressurreição. Segundo Wrede, esse “segredo messiânico” foi uma forma de Marcos explicar o fato de Jesus não ter sido reconhecido como o Messias durante seu ministério terreno.
Outro foco era os estudos paulinos. As cartas de Paulo não pretendiam ser tratados sistemáticos sobre teologia, mas sim cartas pessoais e pastorais abordando questões específicas nas comunidades para as quais foram escritas. Wrede também enfatizou a importância do contexto histórico na compreensão dos escritos de Paulo e criticou as tentativas de construir uma teologia “sistemática” baseada apenas nas cartas de Paulo.
Segundo Wrede, Paulo não se preocupava com a salvação pessoal e individual como ocorre na ênfase moderna acerca da mente e da alma. Em vez disso, ele estava preocupado com como Deus salva uma comunidade que inclui pessoas judias e não judias, a essência da verdadeira redenção. Para Paulo, a redenção significava libertar-se da dominação angélica, poderes e autoridades, o que significava libertar-se da lei. Portanto, a justificação pela fé não seri central para a doutrina de Paulo. Para Paulo, a justificação pela fé falava de duas questões: como um gentio se tornava cristão (seguidor do messias judaico) e qual era o caminho para a salvação.
Além de suas contribuições à crítica bíblica, Wrede também escreveu sobre tópicos como a história do cristianismo primitivo e o desenvolvimento do cânon do Novo Testamento. Era um membro da “Escola de História das Religiões”, um grupo de estudiosos que buscava entender o Cristianismo como um produto de seu contexto histórico e cultural.